Os 8 melhores jogadores de sempre nascidos no Nordeste

Brasileiro bom de bola nasce em todos os cantos do país. Seja no passado ou no presente, esperamos que os novos craques venham das regiões mais povoadas do país. Porém, nunca se sabe onde irá surgir o próximo Ronaldo, Romário ou Pelé.
2021-07-29 04:29:29

Para testar essa tese, preparamos uma lista com os melhores jogadores de cada um dos estados do Brasil, começando pela região Nordestina. O Nordeste possui uma infinidade de jogadores que, apesar de conhecidos, muitas vezes não os associamos com o seu estado de origem.

Vale lembrar que, como em qualquer lista, é esperado que tenhamos divergências e polêmicas. Não que isso seja um problema, o debate é a parte mais divertida ao analisar esse tipo de eleição. Os principais critérios para a escolha foram, os títulos, idolatria, prêmios individuais e habilidade.

Bahia – Bebeto

José Roberto Gama de Oliveira, mais conhecido como Bebeto, foi um jogador que encantou torcedores por todo o Brasil, inclusive de sua cidade, Salvador. Apesar de ser lembrado como coadjuvante de luxo na copa de 94 e substituto na copa de 98 (em ambas as situações para o Romário), Bebeto marcou história por onde passou cativando os torcedores com seus dribles desconcertantes, faro de gol e pela sua capacidade de voar para produzir voleios magníficos.

Bebeto começou a sua carreira profissional no Vitória onde conquistou o campeonato baiano e a Copa Nordeste. Em 1989 participou da “SeleVasco” onde encerrou o jejum de 15 anos da conquista do campeonato brasileiro. Bebeto encontrou a idolatria nos braços da torcida Flamenguista, conquistando dois campeonatos brasileiros e um carioca. Bebeto também conquistou títulos por clubes como Botafogo, Kashima Antlers e Deportivo La Coruña. Os títulos da Copa do mundo de 94, Copa América de 89 e Copa das Confederações em 97 consagraram a passagem de Bebeto pela amarelinha.

Bebeto colecionou artilharia e prêmios individuais como no ano de 1989 em que foi artilheiro do Carioca e da Copa América, Craque do ano da Revista Placar, jogador sul-americano do ano e o 3o maior jogador do mundo segundo a revista World Soccer.

Pernambuco – Rivaldo

Nascido na cidade de Paulista em Pernambuco, Rivaldo Vitor Borba Ferreira, chamado apenas de Rivaldo, foi um dos maiores meias da década de 90 e início dos anos 2000. O camisa 10 era capaz de armar o jogo, bater com efeito na bola e produzir belas arrancadas.

Rivaldo começou a sua carreira profissional no Santa Cruz, onde não ficou por muito tempo. Sem brilho na sua passagem pelo Corinthians, decidiu embarcar no rival Palmeiras, fazendo parte da “Era Parmalat” onde foi campeão Brasileiro e Paulista, se tornando ídolo do clube.

Na sua carreira pela Europa, Rivaldo teve destaque no Barcelona onde conquistou 2 campeonatos Espanhóis, 1 Copa do Rei e 1 Supercopa da Espanha e colecionou golaços e belas atuações. Alguns anos mais tarde, o garoto Pernambucano se transferiu para o Milan onde ganhou uma Liga dos Campeões, uma Supercopa da Uefa e 1 Copa da Itália.

No ano de 1999 Rivaldo ganhou diversas premiações individuais como o de melhor jogador do mundo. Na conquista da Copa do Mundo de 2002 Rivaldo colecionou grandes atuações, causando discussões e debates nas mesas de bares com a seguinte pergunta: “Quem foi melhor na copa de 2002, Ronaldo ou Rivaldo?”.

Alagoas – Zagallo

Mario Jorge Lobo Zagallo nasceu na cidade de Atalaia em Alagoas, porém, muito cedo se mudou para o estado do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca. Conhecido por ser um jogador que joga pelo time e obediente taticamente, o Alagoano sempre deixou evidente a sua superstição com o número 13. Por ter características de um ponta que atacava e defendia na mesma medida e que corria o campo inteiro, antes de ser chamado de Velho Lobo, Zagallo foi o “Formiguinha”.

Ainda nas categorias de base, no ano de 1950, Zagallo começou a atuar pelo Flamengo, onde anos mais tarde viria a conquistar o tricampeonato Carioca (53, 54 e 55). Após a passagem pelo Flamengo, o Velho Lobo decidiu se transferir para o Botafogo onde ganhou diversas competições, entrando para a galeria de ídolos do time alvinegro.

Pela seleção Brasileira, Zagallo ganhou duas copas do mundo, sendo importantíssimo em 58 por promover uma variedade tática e precisão no ataque e na defesa, além do gol na final do torneio. Quatro anos mais tarde, o Velho Lobo seria campeão do mundo mais uma vez e fazendo parte do All Star Team da FIFA. Assim como na Copa do Mundo de 58, o craque teve Pelé ao seu lado em 62.

Paraíba – Júnior

Nascido em João Pessoa na Paraíba, Leovegildo Lins Gama Júnior foi um dos jogadores mais versáteis e completos do futebol brasileiro. Júnior começou a carreira no Flamengo atuando como lateral direito, porém, posteriormente o Paraibano foi colocado na lateral esquerda. Apesar de ter como perna preferida a direita, a adaptação no lado esquerdo do campo foi mais rápida do que o esperado e o rendimento foi maior do que na posição antiga. A capacidade de trabalhar com a bola por dentro do campo, toque refinado, chute potente e raça fizeram com que o craque fosse utilizado nas posições de volante e meio campo, onde ganhou o apelido de Maestro Júnior.

A idolatria pelo craque de João Pessoa foi maior no Flamengo, onde conquistou todos os títulos que disputou, em destaque temos as conquistas inéditas da Libertadores, Mundial e Copa do Brasil, de 4 campeonatos brasileiros e 6 campeonatos cariocas.

Na seleção brasileira Júnior fez parte da geração de 82, que apesar de ser recheada de craques, não ganhou a Copa do Mundo naquele ano. Apesar de não ter conquistado a taça, o maestro foi eleito para o All Star Team da copa do Mundo da FIFA em 82.

Sergipe – Diego Costa

Natural da cidade de Lagarto, em Sergipe, Diego Costa é conhecido por ser um 9 clássico que consegue fazer um bom pivô e proteção de bola, grande força física, poder de finalização, por ser pilhado e polêmico dentro de campo. Durante o seu auge em meados de 2013, Diego Costa estava insatisfeito com a falta de reconhecimento e chance na seleção Brasileira e começou a se movimentar para uma naturalização, até que conseguiu a nacionalidade Espanhola.

Diego Costa passou por diversos times em diversas ligas na Europa, porém, a passagem pelo Atlético de Madrid foi a mais marcante. Na equipe de Madrid, Diego Costa conquistou a Supercopa da UEFA três vezes, La Liga em duas oportunidades, uma vez a Copa do Rei e a Liga Europa. O Sergipano também conseguiu ser vitorioso na Inglaterra atuando pelo Chelsea onde conquistou duas Premier League e uma Copa Inglesa.

Por onde passou e nos campeonatos que disputou, Diego Costa brigou pela artilharia, inclusive com craques como Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Na Copa do Rei 2012-13 conseguiu superar os dois craques e ser artilheiro da competição. Na temporada 13-14 conseguiu fazer parte da seleção da La Liga e da Champions League.

Rio Grande do Norte – Marinho Chagas

Natural de Natal, Rio Grande do Norte, Marinho Chagas foi um dos maiores laterais esquerdo dos anos 60 e 70. Marinho era um jogador que tinha ideias táticas muito diferentes do padrão da época em que jogava. Marinho recebeu o apelido de “bruxa” por não deixar de lado as polêmicas dentro e fora das quatro linhas. Enquanto havia um consenso geral de que os laterais deviam se preocupar mais com a defesa e só atacar quando necessário, Marinho priorizava as chegadas à linha de fundo e a construção ofensiva, ideia que lhe rendeu diversas críticas na época.

Marinho Chagas começou a sua carreira no ABC onde conquistou o título do Campeonato Potiguar de 1970. A maior evolução do jogador Potiguar aconteceu no Rio de Janeiro onde se tornou um dos melhores laterais esquerdo do país. Apesar da boa passagem por Botafogo e Fluminense, o atleta não conseguiu um título de campeão para a sala de troféus dos clubes.

Pela Seleção Brasileira, Marinho conquistou o Torneio Bicentenário dos Estados Unidos em 1976. Como prêmio individual, recebeu a Bola de Prata da Revista Placar em três oportunidades e ficou em segundo lugar na premiação dos Melhores do Futebol (El País) em 1974.

Piauí – Leonardo

Leonardo Pereira da Silva nasceu na cidade de Picos no Piauí e teve passagem por grandes clubes do futebol brasileiro, porém, se destacou e se tornou um dos maiores atacantes da década de 90 nos gramados do Nordeste. Leonardo possuía o dom do drible em velocidade que deixava os adversários irritados e comendo poeira. Apesar disso, o atacante não se contentava apenas com seus dribles e sempre aparecia na área para finalizar as jogadas.

Leonardo iniciou a sua carreira na SE Picos onde conquistou o Campeonato Piauiense no ano de 1991, sendo esse o primeiro título estadual na história do clube. O atleta teve a melhor fase da carreira atuando pelo Sport onde conquistou 6 vezes o Campeonato Pernambucano e 2 vezes a Copa Nordeste.

Além dos títulos, Leonardo alcançou o posto de 3o maior artilheiro da história do Sport, justificando a idolatria conquistada no clube do Leão da Ilha.

Maranhão – Canhoteiro

Diretamente da cidade de Coroatá, no Maranhão, surgiu José Ribamar de Oliveira, eternizado como Canhoteiro. Apesar dos poucos registros que restaram da época, torcedores do São Paulo que acompanharam o ponta esquerda dizem com a maior certeza “Foi o maior jogador da história do São Paulo”. Com uma canhotinha afiada, dribles de frente e de costas, Canhoteiro era chamado de Garrincha que dribla para os dois lados.

O jogador iniciou a sua carreira no ano de 1949 atuando pelo América de Fortaleza. Posteriormente, o Maranhense chegou ao São Paulo onde fez uma estreia que deixou os torcedores cercados de expectativas, principalmente pelos dribles desconcertantes em cima de Idário, lateral direito do Corinthians. Pelo tricolor paulista, Canhoteiro conquistou apenas o Campeonato Paulista e belas atuações.

Atualmente, a maioria dos brasileiros conhecem a história da primeira conquista do Brasil na Copa do Mundo, porém, poucos sabem que Canhoteiro concorreu com Zagallo e Pepe para a vaga na seleção brasileira. A ausência de Canhoteiro na seleção é cercada de mitos e histórias, porém, é certo que a vida de balada, bebidas e o medo de avião influenciaram o ocorrido. Em uma entrevista recente, Pepe, seu rival pela vaga na seleção, afirmou: “Canhoteiro era tecnicamente melhor que eu e Zagallo”.

9 estados, muitos bons jogadores…

Os craques listados fizeram sucesso em seus estados, pelo Brasil e pelo mundo. Mesmo que a maioria desses jogadores não sejam conhecidos como “Craques do Nordeste”, percebemos que a região Nordeste não para de produzir craques dentro das quatro linhas. E você, acha que faltou alguém nessa lista? Comente, compartilhe e fique de olho que a parte 2 dessa série vem já já.