São Januário, esta noite de quarta-feira, às 22h00m, recebeu muito mais do que uma partida de Libertadores entre Vasco e Libertad, vencida pelos donos da casa por 2 a 0. O estádio foi palco de um grande protesto contra o racismo, depois que, na partida disputada no Paraguai, os torcedores viram seus jogadores serem insultados com gritos preconceituosos. O Gigante da Colina, assim, fez jus à sua história de lutar por negros e operários, combatendo a discriminação social.
O jogo:
Dois times, duas propostas claras de jogo
Antes de a data da partida de hoje chegar, os jogadores do Vasco já discursavam de forma quase que igual. Todo o elenco dizia que, na Libertadores, é – às vezes – mais fácil atuar fora de casa, quando o adversário é obrigado a sair e dar mais espaços. Dentro do próprio domínio, o rival joga fechado e é difícil lidar com a pressão da torcida por furar o bloqueio. Foi exatamente isso o que ocorreu. O Libertad foi a São Januário para jogar em seu campo de defesa e explorar os contra-ataques, enquanto o Cruzmaltino tinha que buscar a vitória indo ao ataque.
As propostas de jogo das duas equipes se refletiram nos números da partida. O Gigante da Colina, que buscava penetrar na defensiva contrária, passava a bola, pacientemente, de pé em pé. Por isso, teve parcela muito maior de posse da mesma. Já o Libertad, fechado, marcava os vascaínos e fazia muitas faltas.
As finalizações, porém, foram pouquíssimas para ambos os lados. Os paraguaios, jogando em cima dos erros do adversário, foram os que levaram maior perigo quando chegaram. Civelli, por duas vezes, fez boa jogada individual e teve condições de marcar, mas chutou errado. As chegadas cruzmaltinas, em geral, eram perdidas no momento do último passe ser dado.
Juninho e Allan entram no intervalo para mudar a partida
Se na primeira etapa faltou movimentação ao time vascaíno para criar oportunidades e chutar a gol, no segundo tempo acabou sobrando. As entradas de Allan e Juninho Pernambucano nos lugares de Eduardo Costa e Eder Luis, respectivamente, deram outra cara ao time, que ficou mais leve e dinâmico.
Todo futebol burocrático dos primeiros 45 minutos pareceu ter sido deixado no vestiário. O Vasco voltou pressionando os paraguaios e o gol logo saiu. Exatamente dos pés de Juninho, que acabara de entrar. O Reizinho, com pouco ângulo, foi esperto e surpreendeu Muñoz. De fora da área, arriscou e inaugurou o novo placar da colina histórica.
Impondo-se em campo, o Cruzmaltino chegou ao segundo com Alecsandro. Allan, que também entrou no intervalo, fez linda jogada e passou para o atacante empurrar para a rede do Libertad. Sem careta, foi só partir para a comemoração.
A um gol de assegurar a liderança do Grupo 5, os donos da casa continuaram pressionando e quase conseguiram o objetivo. Fagner, Alecsandro e William Barbio (muito mais efetivo nesta etapa) estiveram próximos de fazer o Vasco dormir na primeira posição, com os mesmo 7 pontos do Libertad, mas saldo de gols superior.
