Opositores de Eurico Miranda tentam adiantar eleições

Em meio a um caos político, o Vasco da Gama tem mais uma polêmica nos bastidores. Rivais políticos de Eurico Miranda, ex-presidente do clube e ex-deputado, desejam acelerar o processo para que os novos associados ligados ao dirigente não tenham direito ao voto. E o impasse já configura uma nova decisão na Justiça de acordo […]
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sambafoot_admin
2013-10-02 16:40:00

Em meio a um caos político, o Vasco da Gama tem mais uma polêmica nos bastidores. Rivais políticos de Eurico Miranda, ex-presidente do clube e ex-deputado, desejam acelerar o processo para que os novos associados ligados ao dirigente não tenham direito ao voto. E o impasse já configura uma nova decisão na Justiça de acordo com os envolvidos.

Não é novidade que o poder judiciário participe ativamente da política vascaína. Nas últimas eleições, quando o próprio Eurico Miranda foi derrotado pelo atual presidente, o ídolo cruzmaltino Roberto Dinamite, ambos seguiram o caminho com acusações envolvendo alteração na lista de votantes, sócios irregulares e compra de votos. Desta vez, o que incomoda os adversários do ex-mandatário Eurico Miranda é a mobilização do cartola para angariar novos associados e ter vantagem teórica na corrida pelo principal posto do clube quase dez meses antes da abertura das urnas.

Grupos políticos agem para aumentar possíveis votos de Eurico

Desde o início de 2013, os grupos “Cruzada Vascaína”, “Identidade Vasco” e “Casaca”, ligados ao ex-presidente, agiram para conseguir novos sócios e aumentar o número de votos no pleito. Ao final da mobilização, os grupos apontaram cerca de dois mil associados eleitores de Eurico, número suficiente para fazer diferença na eleição. Para ter direito a voto é necessário ter pelo menos um ano de vida associativa com o pagamento das mensalidades em dia, portanto o desejo dos conselheiros rivais é antecipar o pleito para março ou abril e impedir a suposta manobra “irregular” do ex-deputado.

Governador é procurado para “cabo eleitoral”

Mesmo extremamente impopular nos últimos meses, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, notório vascaíno, vem sendo procurado para agir como cabo eleitoral, tanto pela situação como pela oposição. Pressionado, o presidente da Assembleia Geral, Olavo Monteiro de Carvalho, responsável por marcar a data da eleição e que ainda aguarda as ponderações das partes envolvidas, pode definir o dia do pleito este ano, embora o provável seja o anúncio no início de 2014.

“É insustentável que uma eleição aconteça com o claro processo de compra de votos. É imoral. Os poderes do clube não podem permitir isso. É algo desmoralizante para a instituição. O presidente da Assembleia Geral tem a responsabilidade de conduzir as eleições. Ele vai tomar a medida nesse sentido se os fatos chegarem com sustentação. Ir à Justiça é sempre indesejável, mas se transformou em uma realidade usual no Vasco.”, afirmou José Hamilton Mandarino, ex-vice de futebol e um dos líderes do grupo “Vira Vasco”, formado por antigos aliados do presidente Roberto Dinamite.

Eurico rebate críticas

Eurico Miranda respondeu aos oposicionistas e afirmou que vai lutar pelos direitos dos eleitores caso seja necessário: “O estatuto do Vasco é muito claro. Antecipar a eleição é ir contra o próprio estatuto. Isso é um manifesto político violento contra os novos sócios. Não é desta forma, basta conhecer um pouco de legislação para saber. Vou intervir se fizerem qualquer coisa. Um grupo de pessoas planeja escalar o Himalaia. Tudo bem, podem ir. Não quer dizer que vão conseguir. Não me diz absolutamente nada. Se subirem, posso falar alguma coisa sobre essa iniciativa”, afirmou.

O polêmico dirigente cruzmaltino não parou por aí e foi contundente nas críticas à situação: “Esse grupo de conselheiros se reúne para tudo, mas nunca vi fazer algo concreto para o Vasco. A probabilidade de o time cair para a segunda divisão é imensa e estão preocupados comigo. Não fizeram e nunca vão fazer nada para o bem do clube. Eles têm fobia de o Eurico voltar, ficam nervosos. Contesto o sistema e eles tremem. Não aceito a posição subalterna que o Vasco ocupa no momento”, comentou, para emendar, “Mais de 4 mil sócios aderiram ao Vasco da Gama. Não sei quantos votarão no Eurico. Não foram apenas os meus seguidores que entraram para o quadro social. Os novos sócios foram importantíssimos para o Vasco em todos os aspectos. Foram mais de R$ 500 mil em mensalidades e taxas de adesão. Essa quantia foi fundamental para as despesas do clube.” completou.