Mano se esquiva das críticas de Romário e explica ausência de Ganso: “indefinições estão atrapalhando”

O técnico Mano Menezes concedeu uma entrevista coletiva agitada após a convocação dos 23 jogadores que defenderão a Seleção Brasileira nos amistosos contra África do Sul e China, nos dias 7 e 10 de setembro. Entre diversos assuntos, o comandante da Amarelinha fugiu das críticas de Romário ao seu desempenho, e explicou a ausência de […]
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sambafoot_admin
2012-08-23 18:49:00

O técnico Mano Menezes concedeu uma entrevista coletiva agitada após a convocação dos 23 jogadores que defenderão a Seleção Brasileira nos amistosos contra África do Sul e China, nos dias 7 e 10 de setembro. Entre diversos assuntos, o comandante da Amarelinha fugiu das críticas de Romário ao seu desempenho, e explicou a ausência de Paulo Henrique Ganso da lista. Confira tudo a seguir:

Sobre Arouca e Cássio, novidades da convocação

Havia deixado claro em outras entrevistas coletivas, especialmente as de convocação, que pensava em trazê-los para a Seleção. Algumas vezes foi impossível, mas agora que está se abrindo a oportunidade nós estamos efetivando essas duas convocações pela primeira vez.

Nível de satisfação com a preparação para a Copa

Quando chegamos tínhamos dividido esse longo trecho até 2014 em algumas etapas. Primeiro a Copa América, que era a mais difícil de todas, porque não tínhamos ideia muito clara do caminho que iríamos tomar. Havia alguns jogadores remanescentes… Foi a primeira competição que unimos esses jogadores. Depois veio a segunda etapa, que foram os Jogos Olímpicos, e queríamos fazer uma boa participação. Mais do que isso, queríamos sair de lá com uma ideia muito clara de grupo. Agora temos uma ideia muito clara dos jogadores que fazem parte desse grupo. Acho que vocês veem na convocação 90% dos jogadores que esperam ver. Isso é a confirmação disso. Estamos construindo uma Seleção com valores claros, não queremos construir em cima de raiva ou ódio, não temos motivação externa que não seja a nossa.

Ausência de Paulo Henrique Ganso

Tive uma conversa com o Ganso quando fomos pra Estocolmo. Penso que ele tem que tomar decisões em relação e ele mesmo, e acho que essas indefinições estão atrapalhando. Mas confiamos muito nele, contamos com ele, e agora ele precisa tomar essas decisçoes para voltar a ser o jogador que nos acostumamos a ver e que queremos na Seleção Brasileira.

Situação do gol da Seleção

Não temos uma unanimidade. Temos ótimos goleiros, que vão se colocar como os goleiros para a Copa do Mundo. Conheço o Cássio, trabalhei com ele no Grêmio há alguns anos antes de ele ir para a Holanda. Agora ele voltou ao Corinthians, teve um bom retorno. Eu gostaria de tê-lo na Seleção para ter mais uma opção. Tenho confiança no Jefferson e no Diego (Alves), tivemos uma boa experiência com o Rafael, com quem podemos voltar a trabalhar em breve. O importante é termos boas opções.

Sobre os clubes que serão desfalcados em duas rodadas do Brasileirão

Não tenho solução para este problema, não cabe a mim tê-la. Tomamos sempre o cuidado de minimizar os problemas para os clubes, mas existem determinadas situações em que isso não é possível. Então vou fazer o meu papel como técnico da Seleção Brasileira, pensando na Seleção Brasileira.

Sobre a possibilidade de ser substituído por Felipão

Nunca me preocupei com isso. Não e uma questão que me preocupa, vou continuar fazendo o meu melhor, continuar vencendo. A última derrota com a Seleção principal foi para a Alemanha há um ano. Estamos construindo uma equipe, que é o que vocês sempre cobraram. É muito difícil, mas o caminho é esse, e é o que eu estou fazedo e o que vou continuar fazendo.

Sobre as críticas de Romário

Uma base do relacionamento que tenho com vocês independentemente do resultado está no respeito. Quando ele não existe não devemos considerar algo positivo para o futebol brasileiro neste momento. Então prefiro não comentar.

Sobre as declarações de que alguns jogadores precisariam jogar fora do Brasil para adquirir maturidade

Não acho que essa questão esteja ligada a maturidade. Quando falei disso me referia a questões táticas do jogo, que lá fora são diferentes do nosso padrão nacional. Não acho que seja preciso sair, mas acho que para alguns isso pode ser importante. As coisas que fizeram, as coisas pessoais certamente estarão ligadas a mudanças de comportamento nos próximos meses, para sabermos quem aproveitou melhor. Não gosto de me meter nessas questões particulares, mas às vezes é preciso.

Sobre Arouca

É um volante com boa saída, se assemelha mais ao Paulinho, enquanto Sandro e Rômulo ficam mais na primeira função. Embora nesse amistoso contra a Suécia eles (Paulinho e Rômulo) tenham tido funções muito parecidas, diversas vezes vimos o Rômulo à frente do Paulinho.

Sobre a declaração de Marin de que os clubes insatisfeitos com os desfalques que terão devem enviar uma carta à CBF

Estive reunido com o presidente ontem à tarde, conversamos sobre diversos assuntos. Isso é uma questão política, que é a abordagem do presidente. A minha abordagem é técnica, e qualquer outra questão será resolvida internamente.

Sobre a convocação de apenas 22 jogadores em oposição aos 23 habituais

Primeiro não há necessidade de convocarmos sempre 23 jogadores, por isso não o fizemos. Vamos trabalhar dentro do CT do São Paulo, e teremos essa facilidade de pegar os jogadores que precisarmos, como fizemos aqui no Rio (na preparação para os Jogos Olímpicos. Por isso não senti a necessidade de convocar mais um jogador appos e lesão do Pato.

Sobre a ausência de Rafael após o erro na final dos Jogos Olímpicos

Não me lembro de terem me feito alguma pergunta sobre a ausência de Rafael em outras convocações, então não me sinto obrigado a dar explicações sobre o porquê de ele não estar nessa.

Sobre o comportamento da torcida brasileira nos amistosos contra África do Sul e China

Penso que em relação ao comportamento, isso estará ligado ao que for mostrado dentro do campo. O torcedor é inteligente, sabe o que quer ver, está acostumado com um parâmetro alto. Quando a Seleção produziu ele ficou satisfeito, quando não produziu ele não ficou satisfeito. A única coisa que peço é que a Seleção ainda precisa de uma compreensão maior em relação a pequenas oscilações que podem acontecer. Acho que é natural que tenhamos apoio quando estamos jogando em casa, e tenho certeza que receberemos este apoio.

Sobre o Paris Saint-Germain e os seus brasileiros

Fizemos visitas e vamos continar fazendo, tenho apreço pela cidade onde o Paris Saint-Germain joga, mas é trabalho. Acompanhamos os dois primeiros jogos e vamos continar acompanhando. Vai valer para o Paris Saint-Germain o que vale para todos os outros clubes.

Sobre a ausência de diversos jogadores da Seleção Olímpica nesta convocação e a possibilidade da volta de Ronaldinho Gaúcho, que, segundo o repórter, estava fazendo um bom Campeonato Brasileiro

Ronaldinho está fazendo um caminho bom no Brasileiro? Que bom! Muitas vezes já se disse que os grandes jogadores são capazes de grandes coisas e sempre podem nos surpreender. No podemos andar em círculos, mas também já disse que não fecho as portas para ninguém porque acho que a Seleção tem que estar o mais forte possível. Nunca disse que a Seleção Olímpica era a principal, isso foi dito por outras pessoas, talvez para colocar uma pressão ainda maior.

Pressão por jogar em São Paulo

Não vejo pressão particular em cima do técnico. Fo assim ao longo dos tempos, mas não é porque o torcedor paulista tem algo contra a Seleção. Ele está acostumado com um parâmetro alto, lá estão alguns dos maiores clubes do país. Vamos estrear na Copa do Mundo em são Paulo, e estreias são sempre difíceis, então queremos conquistar o torcedor.

Sobre Lucas

Penso que falta uma sequência ao Lucas, quero fazer com ele o que fiz com os outros jogadores, então ele terá as oportunidades que os outros tiveram para que possamos mensurar isso.

Sobre as críticas de Tite a Neymar e um suposto hábito do jogador brasileiro de se atirar

Não acho que seja uma característica do jogador brasileiro. Há um tempo atrás, até por uma modificação na maneira de atuar da arbitragem, acho que nossos jogadores pararam de fazer isso. Pode acontecer em determinados jogos, mas não acho que seja um defeito nosso. As questões de um clássico são as questões de um clássico, as pessoas que estão envolvidas estão na emoção do jogo, pode ser que o Tite daqui a alguns dias tenha uma opinião mais calma sobre isso, pode ser que não. Muitos jogadores driblam em velocidade, e quando são tocados vão cair. Cabe ao árbitro decidir se foi falta ou não.