Enquanto Marta, Cristiane e outras estrelas brasileiras chegam ao fim da carreira, o futebol feminino já está de olho nas craques do futuro. Ainda é cedo para afirmar, mas uma delas pode ter acabado de receber uma ótima oportunidade.
Com apenas 13 anos, a camisa 10 do Botafogo precisou superar adversidades, como jogar contra os meninos da sua idade, para realizar o seu sonho. Agora, ela está pronta para dar o próximo passo na carreira.
Giovanna Waksman vai jogar e estudar nos Estados Unidos
Atleta das categorias de base do Botafogo, Giovanna Waksman vai estudar na “The Pine School”, que é uma instituição de ensino na Flórida. A instituição é conhecida por mesclar um ótimo nível acadêmico com o desenvolvimento esportivo.
Dessa forma, a jovem vai receber um ensino de excelência, mas também terá a oportunidade de jogar futebol. No país, o futebol feminino tem um investimento bem maior do que no Brasil.
“Nos Estados Unidos, que é referência mundial no futebol feminino, ela vai se desenvolver, terá uma ótima educação e isso tudo, sempre com seus pais ao lado”, afirmou John Textor, dono da SAF do Botafogo.
Joia será estrela de projeto do Botafogo e John Textor
Além da oportunidade nos EUA, Giovanna seguirá ligada ao Botafogo. A ideia de Textor é transformá-la em estrela da Botafogo Academy, que é um projeto de escolinhas que o empresário pretende abrir no país.
Desde que assumiu o futebol alvinegro, Textor vem acompanhando de perto o desenvolvimento da jogadora. O americano definiu um plano de carreira, que junta: ensino, família, esporte e finanças.
Além disso, o objetivo é aproveitar a estrutura do futebol nos Estados Unidos para fortalecer o desempenho de Giovanna e, de quebra, ganhar um ativo para promover o Botafogo internacionalmente.
Estreia com gol e ótima atuação
Por sinal, os primeiros passos de Giovanna nos Estados Unidos foram ótimos. Mesmo em período de adaptação, a jogadora revelada pelo Botafogo fez um golaço em sua estreia.
Ela atuou pelo FC Florida, que faz parte do mix de clubes de propriedade de John Textor. Giovanna também foi eleita a melhor jogadora do torneio interno que a sua equipe disputou.
Giovanna enfrentou machismo na base do Botafogo
Com apenas 13 anos, Giovanna viveu na pele as limitações do futebol feminino no Brasil. Na sua idade, não há torneios oficiais para as meninas, então ela foi escalada para jogar com os meninos no sub-13.
Durante a semifinal do Torneio Metropolitano, os jogadores do São Cristóvão caçaram a jovem em campo. Após algumas duras entradas, ela fraturou a clavícula e teve que sair do jogo.
O mais incrível é que os próprios pais do time adversário incentivaram os filhos a darem entradas mais fortes pelo simples fato dela ser mulher. O nível de força ficou acima até do padrão da categoria.
Ciente da perseguição à Giovanna Waksman, a diretoria do Botafogo olhou com mais atenção à jogadora. No Brasileirão, ela entrou com o time profissional no Nilton Santos e continuou treinando para as finais do torneio.
Primeiro título da base na Era John Textor
Recuperada de lesão, a camisa 10 do time sub-13 foi liberada para jogar a segunda partida da decisão, contra o Flamengo. Mesmo com a derrota por 2 a 1, o Alvinegro levantou a taça, porque venceu a ida por 3 a 1.
Giovanna foi eleita a melhor jogadora do torneio, porque marcou oito gols e distribuiu 13 assistências. Isso, mesmo ficando de fora de algumas partidas na reta final.
Assim, ela liderou o Botafogo ao primeiro título na base desde que John Textor assumiu a SAF do clube. Mesmo seguindo outros rumos, ela está marcada na história da instituição carioca.
Nos Estados Unidos, Giovanna terá a oportunidade de receber um ensino de excelência e ainda desenvolver o seu jogo em uma das “casas” do futebol feminino mundial. Se tudo der certo, a Seleção Brasileira pode ganhar uma nova craque em alguns anos.
