Scarpa consegue bloqueio de R$ 1,8 mi de Bigode, mas Justiça reavalia decisão; entenda

Atacante do Fluminense é acusado de envolvimento em golpe milionário envolvendo criptomoedas, que deram prejuízo aos ex-colegas Gustavo Scarpa e Mayke
2023-03-12 16:53:24

 

O atacante Willian Bigode, ex-Palmeiras e atual Fluminense, teve a quantia de R$ 1,8 milhão bloqueada pela Justiça. Os ex-companheiros de time, Gustavo Scarpa (Nottingham Forest) e Mayke (Palmeiras), teriam sido vítimas de um golpe milionário envolvendo criptomoedas, por meio de uma empresa de Bigode.

O pedido foi feito por Scarpa, que investiu R$ 6,3 milhões. No dia 31 de maio de 2022, o meia firmou um contrato de locação de ativos digitais por 18 meses, com a empresa XLAND Holding. A informação do litígio entre os jogadores é do jornalista Renato Cury, da Rede Globo, em reportagem que vai ao ar no programa Fantástico deste domingo (12).

 

VEJA TAMBÉM:

++ Scarpa e Mayke, multicampeões pelo Palmeiras, dizem serem vítimas de golpe ao investirem em criptomoedas

++ Gustavo Scarpa fala sobre volta e briga por espaço na Inglaterra: “Questão de tempo”

++ Gustavo Scarpa brinca após ver seu rosto no FIFA 23; veja o comentário do jogador

Aproveite e siga o Sambafoot no Facebook, no Instagram e no Twitter!

 

Entenda o caso

De acordo com os documentos do processo, Scarpa mandou um email para a empresa, solicitando a rescisão do contrato, no dia 19 de agosto de 2022. Já no dia 15 de setembro, a empresa encaminhou um email para o jogador, aceitando a rescisão, se comprometendo a pagar R$ 5,36 milhões, mas não cumpriu o compromisso, que tinha prazo até 26 de outubro.

O atleta foi informado por sua gestora financeira que o pagamento não ia ser realizado, porque uma outra empresa, chamada FTX, não liberou o valor. No dia 5 de novembro, Scarpa entrou em sua conta na XLAND, e se surpreendeu ao ver que estava zerada.

Dois dias depois, o meia pediu para que mais duas empresas fossem incluídas no processo. A primeira, chamada Soluções Tecnologia, por ter recebido o aporte de R$ 6,3 milhões. A outra, WLCJ Consultoria e Gestão Empresarial, por ter sido a responsável pela indicação, além de ter parceria comercial com a XLAND.

Contudo, um dos sócios da WLCJ é o jogador Willian Bigode, que está no Fluminense atualmente. Os dois jogadores estiveram juntos no Palmeiras.

A Soluções Tecnologia foi a empresa responsável pelo recebimento e transformação da moeda corrente em criptomoeda, e é parceira da XLAND.

 

Justiça não encontrou nada nas contas da XLAND

Ainda de acordo com os documentos, a Justiça não encontrou valores a serem bloqueados em ativos virtuais da XLAND. Com isso, Gustavo Scarpa pediu que as buscas e bloqueios fossem feiras nos nomes dos sócios da empresa e dos demais parceiros, incluindo Bigode.

O juiz acatou o pedido, e decidiu pelo bloqueio das contas de todos os envolvidos no caso, até o limite do valor no processo, de R$ 5,36 milhões.

Na busca por bens, alguns veículos foram localizados, porém nenhum estava no nome de Willian Bigode. O atacante do Fluminense teve a quantia de R$ 1.856.936,51 bloqueada. As outras partes do processo também tiveram valores retidos. No total, o montante chega a R$ 2.041.199,57.

 

Empresa de Bigode alega não ter envolvimento

No último dia 3 de março, a WLJC se manifestou no processo, alegando não ter qualquer tipo de participação ou garantia, já que o contrato foi firmado com a XLAND. Além disso, a empresa de Bigode afirmou que Scarpa não provou que a WLJC faz parte do mesmo grupo econômico da XLAND.

A empresa de Willian Bigode pediu que o magistrado modificasse a decisão, que foi favorável ao meia do Nottingham Forest. Na última sexta (10), Scarpa respondeu a manifestação, pedindo para que o juiz mantivesse o bloqueio de contas e bens.

No entanto, o magistrado voltou atrás e acolheu parcialmente o pedido da WLJC, mandando que as contas fossem desbloqueadas. O juiz afirmou, ainda, que há necessidade de aprofundar as provas e limitar a responsabilidade de cada réu do processo, antes de uma eventual apreensão.

Contudo, a apreensão será mantida para as partes que firmaram acordo com Gustavo Scarpa, assim como receberam aportes realizados e/ou transferiram a eles valores resgatados.