Promotor do MP-GO afirma que jogos de dois Estaduais de 2023 foram denunciados por fraude

Em uma das partidas, o jogador não aceitou a proposta; Operação Penalidade Máxima já está na terceira fase
2023-05-31 00:15:55

 

O promotor do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Fernando Cesconetto, afirmou, durante o depoimento na CPI da Manipulação no Futebol, que partidas dos Campeonatos Paulista e Gaúcho de 2023 foram denunciadas por fraude.

Cesconetto disse, ainda, que existem indícios de manipulação em outros estaduais que aconteceram neste ano.

 

O que se sabe

> O promotor disse que as fraudes ocorreram em dois jogos de cada estadual, na fase de classificação.

> As partidas não teriam afetado a competição ou o resultado final dos campeões, segundo o promotor.

> Em um dos jogos pelo Paulistão, o apostador chegou a fazer a oferta, mas o jogador não aceitou.

> O foco das investigações está sendo em jogos que ocorreram a partir do segundo semestre de 2022.

> Cesconetto disse, ainda, que não existem indícios de que dirigentes e casas de apostas participaram das manipulações.

> O promotor comunicou que a Operação Penalidade Máxima está na terceira fase, e que as investigações continuam.

 

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No Campeonato Paulista e Gaúcho, as partidas denunciadas são na fase de classificação. As partidas são específicas, embora sejam penalmente relevantes, não afetaram a competição de maneira generalizada, nem o resultado de quem deveria ou não ser campeão“, afirmou o promotor Fernando Cesconetto.

Não há indicativos de participação de dirigentes e casas de apostas. Campeonato Paulista e Campeonato Gaúcho já denunciamos. Há indicativos de manipulação em outros estaduais em 2023. Há materiais referentes a atletas, um especial que atua na Major League Soccer [liga  dos Estados Unidos]. Nosso foco é de 2022 em diante“, continuou.

Fernando Cesconetto disse, ainda, que as investigações seguem. O promotor afirmou que a Operação Penalidade Máxima está na terceira fase.

 

Como agiam os apostadores?

Durante a sessão, o promotor explicou como os apostadores atuavam para conseguir jogadores que forçassem lances. Inicialmente, era enviado um depósito no valor de R$ 10 mil como proposta. Após a partida, em caso de êxito, mandavam outro de R$ 140 mil.

“Os apostadores não atuavam de forma isolada. Um jogo manipulado não traria lucro para ter o retorno dessa aposta. Então, eles procuram fazer apostas múltiplas com mais jogadores, para aumentar o seu lucro. E, assim, casar apostas naquela rodada para aumentar o lucro, que se chega a R$ 1 milhão, R$ 2 milhões de lucro para os apostadores", explicou Cesconetto.

Durante a primeira fase da operação, o MP-GO identificou quatro jogos da Série B de 2022 que tiveram lances forçados. Três deles tiveram encomenda de pênalti no primeiro tempo, e uma houve a tentativa de convencer um jogador a ser expulso. A última teve promessa de pagamento de R$ 400 mil

 

Como funcionava o esquema?

Segundo o promotor, dentro do grupo que manipulava resultados existiam diferentes funções, como: financiadores, apostadores, intermediadores e núcleo administrativo.

Financiadores: eles cuidavam para que tivesse dinheiro suficiente para pagar o prometido aos jogadores. Além disso, forneciam dinheiro para abastecer as contas dos apostadores.

Apostadores: estes aliciavam os jogadores, fazendo promessas em dinheiro em troca de lances forçados nas partidas, como cartões amarelos, vermelhos e pênaltis. Estes também ficavam responsáveis por assegurar os placares nos jogos.

Intermediador: atuava como ponte entre os jogadores e apostadores.

Núcleo administrativo: eram os que atuavam com apoio em transferências bancárias para os jogadores que aceitavam participar do esquema.