Nos bastidores, a diretoria do Fortaleza discute a possibilidade de criar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Os executivos têm se inspirado no modelo do alemão Bayern de Munique.
O que se sabe
> A diretoria do Tricolor tem a ideia de comercializar de 10% a 15% do clube.
> O time cearense ainda analisa propostas e estuda cenários no mercado.
> O Bayern vendeu 25% das ações, mantendo o controle dentro da instituição, com 75%.
> Os Bávaros fizeram parceria com três empresas (Audi, Allianz e Adidas), que têm 8,33% cada.
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“O modelo que a gente estudou é o do Bayern de Munique. É uma referência, pois o modelo do Bayern tem 75% de cotas na associação, e os outros 25% são divididos em três empresas. Então a gente viu esse modelo e nós nos aprofundamos”, disse o diretor administrativo do Fortaleza, Arthur Lidio.
No Bayern, as empresas parceiras são a patrocinadora, fornecedora de material esportivo e o naming rights do estádio, além de outros ganhos que estão previstos em contrato. Os parceiros participam das decisões, e a associação tem a “palavra final”.
O debate é apenas uma ideia, e qualquer decisão no Fortaleza passaria por uma mudança no estatuto pelo Conselho Deliberativo, com votação dos sócios. O caminho do Leão do Pici seria diferente dos clubes Bahia, Cruzeiro e Vasco, que passaram a ter donos/proprietários.
A diretoria entende que a incorporação da SAF, no modelo inovador e minoritário, seria importante para aumentar a competitividade em curto prazo. A projeção é de receber R$ 50 milhões para elenco, base e governança interna. Até o momento, não há pretensão de construir um estádio próprio.
O Fortaleza pode se tornar SAF?
Pela legislação, para criar uma SAF o Fortaleza teria que alterar os estatutos do clube para entrar na operação, já que o time é uma Instituição Sem Fins Lucrativos.
Com gestão profissional, dívidas saneadas e controle esportivo, o Laion ainda não possui um investidor que consiga fazer um aporte milionário, por exemplo. O único caminho para isso, dentro da lei, seria a SAF.
Com a mudança, o Tricolor precisaria se transformar em empresas, via SAF, para então viabilizar esse investimento que seria obtido. A decisão de migração de modelo é do clube, e em caso de sistemas sem fins lucrativos, a mudança exige alteração no estatuto, que, por sua vez, precisa de aprovação no Conselho Deliberativo.
O processo segue com a criação de uma empresa (SAF) e oferta de ações no mercado, em troca de investimentos. O Fortaleza busca negociar uma pequena parcela dos ativos, para obter capital de investimento e manter o controle das principais decisões da agremiação, assim como o Bayern de Munique.
