A briga generalizada protagonizada por membros de torcidas organizadas de Flamengo e do Vasco, no último domingo (5), resultou em danos ao patrimônio público, oito pessoas feridas e uma morte; e reacendeu o debate sobre o afastamento dessas associações dos estádios.
O Ministério Público vem aplicando penalidades, de acordo com a lei do Estatuto do Torcedor, mas não tem sido eficaz. A punição para as organizadas que se envolvem em confrontos subiu para cinco anos de afastamento dos estádios e, a cada nova ocorrência, a contagem de penalidade recomeça do zero. Essa, inclusive, pode ser a punição para os envolvidos no incidente do último final de semana. Mas, apesar de muitas torcidas organizadas passarem longos períodos sem poder frequentar os estádios, os episódios de violência continuam a acontecer.
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Em entrevista ao jornal Globo, o promotor Rodrigo Terra afirmou que esse é um problema recorrente e que tem tentado encontrar soluções através do Estatuto do Torcedor, que prevê penalidades como o afastamento dos agressores e das associações a que pertencem. No entanto, ele reconhece a dificuldade em avançar nesse trabalho.
O Ministério Público tem encontrado dificuldades em adotar medidas para melhorar a segurança dos torcedores, como o uso de biometria para identificar os torcedores ou a adoção de torcida única. Essas medidas esbarram no judiciário.
Coronel do BEPE, Wagner Ferreira, afirmou à TV Globo que as organizadas do Flamengo estão proibidas de irem aos estádios por 90 dias após os confrontos no último domingo (+)
— Renan Moura (@renanmouraglobo) March 7, 2023
Pedido de anistia
Recentemente, um projeto de lei foi apresentado na Alerj pedindo anistia às cinco organizações que estão banidas dos estádios, tendo como base o argumento de que apenas os agressores deveriam ser punidos, não a associação. A lei foi sancionada pelo Governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, mas sem o texto da anistia das punições, por se tratar de uma competência federal.
No entanto, uma anistia provisória de 60 dias seria concedida desde que o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assinado em 2011, fosse atualizado. Isso implicaria nas torcidas manterem seus cadastros atualizados junto às forças de segurança e expulsarem os agressores identificados. Dessa forma, a penalidade não recairia sobre a associação, mas segundo Rodrigo Terra, as organizadas se recusaram a assinar o novo acordo.
APROVADO! O projeto 6.118/22, que estabelece a anistia das Organizadas que estavam punidas foi aprovado pela Alerj. O projeto segue pra sanção ou veto do governador.
📸: Reprodução/Internet pic.twitter.com/S2WSeDJu8J
— News Almirante (@NewsAlmirantee) September 22, 2022
Clássico dos Milhões contou com efetivo de 600 agentes de segurança
Apesar do efetivo de 600 policiais para o jogo válido pela décima rodada do Campeonato Carioca, segundo a PM do Rio, o efetivo não foi suficiente para a conter a fúria dos torcedores rivais que se encontraram nas imediações do Maracanã e promoveram fortes cenas de violência e depredação, antes e após o clássico.
No final, apenas uma pessoa foi presa e alguns itens utilizados durante a briga generalizada foram apreendidos. Além disso, mais de 100 ônibus de 60 linhas da frota carioca foram depredados, um prejuízo superior a R$ 200 mil, segundo o Prefeito Eduardo Paes.
Só gente inteligente! Só que não! Não é possível que a burrice possa chegar a tanto! Quem usa os ônibus no dia a dia são justamente essas pessoas e seus amigos e parentes. O que tem na cabeça? 🤬🤬🤬🤬 pic.twitter.com/VJ8oTKeRQS
— Eduardo Paes (@eduardopaes) March 6, 2023