Por Gustavo Aleixo / Cruzeiro
Na memória, o goleiro Rafael guarda com carinho anos e anos de recordações a serviço do Maior de Minas. Formado nas categorias de base do Clube, o arqueiro soma nada menos que nove títulos com a camisa celeste, mas, na medida que a Copa São Paulo se aproxima do seu início, o camisa 12 tem motivos para se lembrar do primeiro destes troféus.
Foi em 2007 que Rafael começou a cravar seu nome na história do Clube. Naquele ano, o arqueiro foi titular e herói do primeiro título do Maior de Minas na Copa São Paulo, conquistado de maneira invicta, com seis vitórias e dois empates.
“Foi uma competição muito especial para mim. Foi um título que deu uma projeção muito grande para muitos atletas irem para profissional, divulgarem seu trabalho. Foi tudo muito bom”, afirmou o goleiro, que já acumula 95 partidas pelo profissional da Raposa.
A caminhada rumo ao título inédito começou no 7 de janeiro, quando o Cruzeiro bateu a Portuguesa, por 2 a 0, em jogo realizado em Amparo-SP, no estádio José de Araújo Cintra. Na sequência, o time celeste alcançou uma sonora goleada por 6 a o contra o Náutico-RR, para depois empatar por 1 a 1 com o time da cidade, garantindo uma classificação sem sustos.
Passada a primeira fase, o Cruzeiro iniciou a disputa do mata-mata e é da tensão destes jogos eliminatórios que Rafael guarda suas principais lembranças. Logo de cara, foram quatro grandes jogos em sequência, que apresentaram a incrível marca de 25 gols marcados.
“É difícil escolher poucos momentos de uma competição. Na pré-oitavas, jogamos contra o Corinthians, em Araraquara, com estádio lotado e ganhamos por 3 a 2 na casa deles. Foi muito importante”, contou o goleiro, que relembra bem os duelos contra São José e São Bernardo, que apresentaram placares dilatados e algumas peculiaridades.
“Vencemos o Vitória por 2 a 1 e depois tivemos um jogo que não cabia o público. Teve gente invadindo o campo neste jogo, contra o São José. O jogo teve que ficar parado, porque o público queria entrar no estádio, mas não comportava mais gente. Em campo, vencemos por 6 a 2. Depois, pegamos o São Bernardo e foi um jogo surreal. Uma chuva muito forte, um gramado encharcado, mas ganhamos por 5 a 4”, relembra.
Apesar do contexto dos jogos anteriores, Rafael encontrou o script perfeito na grande decisão contra o São Paulo. No primeiro tempo, o lateral-esquerdo Anderson, um dos destaques do torneio, abriu o placar para a Raposa aos 33 minutos do primeiro tempo, porém o São Paulo, com o atacante Thiago chegou empatou aos três minutos da etapa complementar.
Com a igualdade mantida até o apito final a decisão foi para os pênaltis, momento inesquecível para Rafael, que pegou a única penalidade da disputa, logo na primeira batida alternada, após os jogadores de ambas equipes acertarem todas cinco cobranças anteriores. Em seguida, o volante Paulinho Dias cobrou com categoria para dar o título à Raposa.
“A final contra o São Paulo, no Pacaembu, no aniversário de São Paulo, e eu ter pego um pênalti, sendo o melhor goleiro, além de estar na defesa menos vasada… Foi um título impecável. Não perdemos nenhum jogo. Aquele grupo está de parabéns, é um momento que guardo com muito carinho”, destacou.
Mais uma vez de olho no desempenho do Cruzeiro na Copinha, Rafael entende que a nova geração de atletas do Clube está ainda mais preparada para o maior torneio de base do país. Para o goleiro, as promessas celestes já estão adaptadas aos grandes jogos e precisam apenas manter a dedicação nos treinos para que a Raposa brilhe novamente na competição.
“Acho que hoje está mais tranquilo. Antigamente, a Copa São Paulo era o único torneio de juniores que era divulgado e televisionado. Hoje em dia, temos o Brasileira, a Copa do Brasil e muito outros torneios. Acredito que os meninos vão chegar mais tranquilos quanto à responsabilidade e do fato do jogo ser televisionado ou não”, ressaltou.
“A garotada tem que fazer o que vem fazendo, se dedicar. É claro que tem a responsabilidade. Tenho certeza que vamos ver muitas promessas surgindo da Copa São Paulo, jogadores importantes que mais tarde vão estar nos ajudando no profissional”, concluiu.
Campeão invicto, Rafael pegou pênalti na decisão contra o São Paulo (Washington Alves/Cruzeiro)
Ficha técnica da final da Copa SP de 2007
CRUZEIRO 1 x 1 SÃO PAULO
Decisão nos pênaltis: Cruzeiro 6 x 5 São Paulo
Motivo: final da 38ª taça São Paulo de Futebol Júnior
Data: 25/01/2007 (quinta-feira)
Horário: 10h
Local: estádio Pacaembu, em São Paulo
Árbitro: Marcelo Alfier (SP)
Público: 17.825 pagantes
Renda: R$ 111.655,00
Gols: Anderson, aos 32 min. do 1º tempo; Thiago, aos 3 min. do 2º tempo
Cruzeiro
Rafael; Aldo (Marcos), Maicon, Wellington e Anderson; Paulinho Dias, Carlos Magno, Carlos (Luiz Fernando) e Vinícius (Simões); Guilherme e Jonathas
Técnico: Enderson Moreira
São Paulo
Jorge Miguel; Jackson, Aislan, Breno e Alex Cazumba; Luan, Serginho, Flávio (Léo Gonçalves) e Allan (Bruno Formigoni); Eric e Thiago (Bruno César)
Técnico: Marcos Vizolli
Cartões Amarelos: Aldo e Jonathas (Cruzeiro)
Cartão vermelho: Maicon (Cruzeiro)
Campanha do título e artilheiros
Grupo I – Sede em Amparo-SP
07/01 – Cruzeiro 2 x 0 Portuguesa – gols: Guilherme (2)
10/01 – Náutico-RR 0 x 6 Cruzeiro – gols: Vinícius (2), Guilherme, Márcio, Aldo e Jonathas
14/01 – Amparo 1 x 1 Cruzeiro – gol: Luiz Fernando
2ª fase
16/01 – Cruzeiro 3 x 2 Corinthians – gols: Anderson (2) e Guilherme
Oitavas de final
18/01 – Cruzeiro 2 x 1 Vitória – gols: Jonathas e Vinícius
Quartas de final
20/01 – Cruzeiro 6 x 2 São José-SP – gols: Guilherme (3), Wellington, Carlos e Pablo
Semifinal
23/01 – São Bernardo-SP 4 x 5 Cruzeiro – gols: Anderson, Jonathas (3) e Márcio
Final
25/01 – São Paulo 1 x 1 Cruzeiro (5 x 6 pênaltis) – gol: Anderson
Artilharia celeste na competição
7 gols – Guilherme
5 gols – Jonathas
4 gols – Anderson
3 gols – Vinícius
2 gols – Márcio
1 gol – Aldo, Carlos, Luiz Fernando, Pablo e Wellington
Grupo campeão da Copa SP de 2007
Goleiros – Douglas Borges, Rafael e William
Laterais direitos – Afonso, Marcos e Maurício
Zagueiros – Diego, Josimar, Maicon, Simões e Wellington
Laterais esquerdos – Anderson, Gilton e Cariri
Volantes – Aldo, Carlos, Carlos Magno, Pablo e Paulinho Dias
Meias – Luiz Fernando e Magno
Atacantes – Guilherme, Joabe, Jonathas, Márcio, Vinícius e Wagner
Técnico – Enderson Moreira