O Fluminense não teve vida fácil nesta quarta-feira. Atuando diante de sua torcida, que marcou presença maciça no Engenhão, o Tricolor não teve um bom desempenho e viu o Boca Juniors devolver a derrota sofrida na Bombonera. Mesmo jogando sem o craque Riquelme, os xeneizes triunfaram contando com uma sólida atuação defensiva e muito oportunismo para aproveitar as falhas da retaguarda adversária.
O jogo: Boca adianta marcação e abre o placar
O Fluminense não começou de todo mal. Armada no 4-2-3-1 tradicional, a equipe explorava a velocidade de Wellington Nem no lado direito e a qualidade de Deco no meio para tocar bem a bola dentro do campo do Boca. E a primeira grande chance não demorou a sair: Deco fez bom levantamento na área e Fred ganhou de Rolando Schiavi, para em seguida ver a sua conclusão ser defendida pelo goleiro Agustín Orión.
Mal sabiam os donos da casa, no entanto, que o lance seria seu único grande momento em toda a primeira etapa. O Boca, percebendo a disparidade entre os setores defensivo e ofensivo do Tricolor, adiantou a sua marcação e passou a ocupar o campo adversário. O Flu, por sua vez, passou a apresentar enormes dificuldades na saída de bola, fruto da postura dos xeneizes e também das más atuações dos volantes Edinho e Diguinho.
Os argentinos cresciam progressivamente e, mesmo sem pressionar, tinham a maior parte da posse de bola e deixavam jogadores como Nem, Deco e Fred isolados da ação. Neste ritmo, o gol não demorou a sair: Leandro Euzébio falhou e a bola sobrou para Darío Cvitanich. O atacante ganhou uma disputa no corpo com Diguinho e finalizou com tranquilidade para abrir o placar.
Segundo tempo: Boca recua, mas Flu não consegue pressionar
Na etapa complementar, a postura do Boca Juniors mudou. Satisfeito com o resultado, o técnico Julio César Falcioni orientou sua equipe a ter uma postura mais cautelosa, jogando de maneira retraída à espera de um contra-ataque para matar o jogo.
No lado do Flu, Abel Braga promoveu uma alteração ainda no intervalo. Edinho, que estivera em campo no sacrifício e havia jogado muito mal, saiu para a entrada de Jean. A ideia era melhorar a saída de bola e criar mais condições para envolver o adversário na meia cancha.
Mas o dia não era mesmo dos donos da casa. Com Thiago Neves em um mau dia e Fred substituído não muito depois do início do segundo tempo em virtude de um problema muscular, o Tricolor era absolutamente dependente de lampejos de Deco e Wellington Nem para criar qualquer coisa. O Boca, por sua vez, jogava de maneira serena e chegava assustar em alguns contra-ataques.
Foi justamente em um lance deste tipo que os xeneizes ampliaram o placar e fecharam o caixão do Flu. Pablo Mouche tabelou com Santiago Silva na direita e cruzou. Jean tentou cortar e falhou feio, praticamente ajeitando a bola para o jovam Juan Sánchez Miño, que não perdoou. 2×0 no Engenhão.
Ainda houve tempo para um grande momento. Deco descolou ótimo passe para Nem, que avançou em velocidade e foi derrubado por Schiavi. Pênalti assinalado pelo assistente, cobrado com displiscência por Rafael Moura para defesa do goleiro Orión. Com a chance desperdiçada, o centroavante, que entrara na partida no lugar do capitão Fred, completou 56 jogos sem marcar um gol sequer.
O resultado garantiu o Boca nas oitavas de final da Copa Libertadores 2012. Com 10 pontos conquistados e três vitórias consecutivas na competição, os xeneizes são os segundos colocados do grupo 4. O líder é justamente o Flu, que se mantém com 12 pontos, mas perdeu a condição de melhor equipe para o Vélez Sarsfield. Mais cedo nesta quarta, os argentinos bateram o Chivas Guadalajara e chegaram aos mesmos 12 pontos, mas com um saldo de gols superior ao do Tricolor.
O próximo adversário dos cariocas será o Arsenal de Sarandí, no Estádio Julio Grondona, às 19h30 da próxima quarta-feira. No mesmo horário, o Boca fecha a sua participação na fase de grupos em um confronto com os venezuelanos do Zamora, na Bombonera.
FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE FC 0 X 2 AC BOCA JUNIORS
Estádio: Estádio João Havelange, Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 11/04/2012 – 22h (horário de Brasília)
Árbitro: Darío Ubriaco (FIFA/Uruguai)
Cartões amarelos: Diguinho, 29’/1ºT (Fluminense); Facundo Roncaglia, 20’/1ºT, Darío Cvitanich, 24’/2ºT e Rolando Schiavi, 39’/2ºT (Boca Juniors)
Cartões vermelhos: Não houve
GOLS: Darío Cvitanich, 33’/1ºT (0-1) e Juan Sánchez Miño, 29’/2ºT (0-2)
FLUMINENSE (4-2-3-1): Diego Cavalieri; Bruno (Manuel Lanzini, 30’/2ºT), Leandro Euzébio, Anderson e Carlinhos; Edinho (Jean, intervalo) e Diguinho; Thiago Neves, Deco e Wellington Nem; Fred (capitão) (Rafael Moura, 16’/2ºT). Técnico: Abel Braga.
BOCA JUNIORS (4-3-1-2): Agustín Orión; Facundo Roncaglia, Rolando Schiavi (capitão), Juan Insaurralde e Clemente Rodríguez; Pablo Ledesma, Cristian Erbes e Walter Erviti (Juan Sánchez Miño, 25’/2ºT); Cristian Chávez (Diego Rivero, 36’/2ºT); Darío Cvitanich (Pablo Mouche, 23’/2ºT) e Santiago Silva. Técnico: Julio César Falcioni.