Presidente eleito da Argentina terá desafio de aprovar a “SAF” nos moldes do futebol hermano

Milei assume no lugar de Alberto Fernández, que termina seu mandato presidencial em 10 de dezembro
2023-11-21 16:15:09

Eleito com cerca de 55,69% dos votos válidos, o deputado Javier Milei, de viés ultraliberal, comandará a Argentina a partir do próximo dia 10 de dezembro, quando tomará posse no cargo de presidente da República.

O que precisa saber

  • Milei assume no lugar de Alberto Fernández, peronista, que não conseguir eleger seu candidato, Sérgio Massa;
  • O economista, vencedor do pleito, caracterizou sua campanha com diversas promessas extremistas, como a abolição do Banco Central da Argentina.

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Um dos pontos defendidos pelo liberal é a defesa do modelo de SAD (Sociedades Anónimas Deportivas), no caso, como afirmou Milei, aos moldes do que existe na Inglaterra. No Brasil, existe a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Entretanto, a conjectura e organização da agremiações de futebol em território hermano é diferente do que existe em terras tupiniquins.

Diferentemente de como se estrutura os clubes brasileiros, na Argentina, há uma maior representatividade e participação dos adeptos na vida social e organizacional desses entes, existindo uma porcentagem maior de torcedores que podem votar e decidir os rumos da instituição. Diante disso, os torcedores e, porque não, legisladores, não abririam mão do poder de decisão na vida de suas paixões, que são os times, para entregar para terceiros, no caso, empresas.

Por isso, alguns clubes, como Boca Juniors e River Plate, posicionaram-se contra a ideia de Milei, e que constam, respectivamente, com 350 mil e 340 mil associados, onde cerca de 19.833 pessoas nos Millonarios (2021) no e 37.930 pessoas nos Xeneizes (2019) puderam exercer o poder do sufrágio – como comparação, a eleição recente no Vasco da Gama, realizada em 11 de novembro, apenas 6.210 sócios puderam votar.

Logo, por aqui, apenas uma pequena “casta” define o futuro das agremiações, nomeados como “sócios-torcedores”, “sócios-proprietários”, “sócios-remidos”, etc. Logo, poucas pessoas definiram o rumo das SAFs brasileiras, nascida e concebida como uma “sobrevida”, principalmente, para gigantes do futebol brasileiro, como Atlético-MG, Botafogo, Cruzeiro e Vasco.

A lei inicial da SAF no Brasil, de autoria do, hoje, presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), passou por duas casas – Senado e Câmara – até ser sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, em agosto de 2021. Ou seja, a legislação passou, também, por uma nova pequena elite, no caso, a política.