Torcedor do Palmeiras viaja mais de 2 mil quilômetros e ganha camisa histórica de Weverton

Reinaldo mora no Ceará e vai levar para casa a camisa do jogo 300 do goleiro pelo Verdão
2023-06-09 04:35:00

A grande vitória do Palmeiras por 4 a 2 sobre o Barcelona-EQU na última quarta-feira (7), no Allianz Parque, pela quinta rodada da fase de grupos da Libertadores, teve um gosto especial para duas pessoas: o goleiro Weverton – que chegou aos 300 jogos com a camisa alviverde – e o estudante Reinaldo Jorge Leite – de 18 anos -, que viajou de Jardim, do interior do Ceará, até São Paulo para assistir o seu time de coração pela primeira vez na capital paulista.

Fã de Weverton, Reinaldo encarou aproximadamente cinco horas de viagem e quase 2.500 quilômetros para deixar o município de pouco mais de 27 mil habitantes (segundo estimativa do IBGE) rumo ao maior centro populacional do Brasil acompanhado de sua mãe, Maria Aparecida da Costa, 37, para torcer pelo time de Abel Ferreira e chegou ao Allianz Parque com uma missão: ser notado pelo goleiro que completara 300 jogos pelo Palmeiras naquela noite e ganhar a camiseta usada pelo arqueiro no jogo que confirmou a ida do Verdão às oitavas de final da Libertadores. Para isso, o estudante confeccionou um cartaz na casa de familiares que moram em São Paulo, entrou no estádio com ele em mãos e realizou o seu sonho após o apito final, diretamente das mãos do ídolo.

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– Quando assistia aos jogos em casa, via pessoas levando cartazes e pensei em levar um pedindo a camisa e pensando: “Vai que dá certo?”. E deu certo, né? – brincou o torcedor em entrevista ao Sambafoot.

Mas antes do último capítulo deste livro, a história da idolatria de Reina – como é chamado por amigos e familiares – por Weverton começou em 2020, ano em que o goleiro já era titular do Palmeiras e peça importante nos primeiros meses de trabalho do técnico Abel Ferreira – ainda durante a pandemia de Covid-19: “A fase dele estava monstruosa e eu achei ele muito diferente dos outros”, relembra Leite.

Cearense de origem e apesar da pouca idade, Reinaldo não leva uma vida de luxo na cidade de Jardim. Aos 18 anos, mora com a mãe e o padrasto e até o momento se dedica aos estudos em tempo integral. Para isso, acorda às 5h da manhã e só retorna ao encontro dos familiares após mais de 12 horas reservadas aos aprendizados na Escola Estadual Adauto Bezerra e nos trajetos de ida e volta para casa.

– Eu o admiro demais por ser um goleiro de muita fé. Não o conheço pessoalmente, mas parece ser um cara gente boa, carismático. Eu sou goleiro também e faço o mesmo ato que ele antes de começar meus jogos. Estou me sentindo predestinado por receber a camisa do jogo 300 dele no Palmeiras. Esta camisa significa tudo. Fui ao Allianz com este propósito e consegui. É uma conquista tanto para mim quanto para o pessoal do Ceará que torceu por mim – comentou Reinaldo ao Sambafoot.

Perguntado sobre seus maiores ídolos dentro do alviverde paulista, não pensou duas vezes para colocar o goleiro no topo da lista: “Gosto muito de Dudu, Rony, Veiga, Gustavo Gómez (…) Mas o Weverton é uma grande inspiração. Eu sou goleiro também e a fé dele me motiva. Igual a oração que ele faz antes de começar os jogos”, comentou o palmeirense do município de Jardim-CE.

Amor verde e branco

Longe territorialmente e fisicamente do seu time de coração, Reina não vê a distância como um problema para, em suas palavras, “largar tudo pelo Palmeiras”: – Não existe distância para torcer, amar, vibrar (…) O Palmeiras é a minha vida e eu tenho orgulho de escolher o Palmeiras por conta própria sem ninguém me forçar ou incentivar. Como diz a nova música da torcida: “É um sentimento diferente” – afirmou à reportagem.

O que fazer com o presente de Weverton?

Com o sonho realizado, o jovem já tem planos para a camisa e garantiu que a peça é inegociável: “Estou pensando em emoldurar e colocar no meu quarto junto com uma luva e um troféu que ganhei como melhor goleiro de um campeonato. Não vou nem lavar”, brincou.

Foto: Arquivo Pessoal

Recado ao ídolo e sonho de encontro

Com viagem de retorno ao Ceará marcada para esta segunda-feira (12), Reina ainda sonha com a chance de se encontrar com Weverton e já se imagina em contato com o goleiro palmeirense: “Primeiramente eu daria um abraço nele e pediria algumas fotos. Falaria que ele é uma grande inspiração, que o admiro muito… Perguntaria a importância do Palmeiras na vida dele, se tem planos de se aposentar aqui ou sair para Europa e contaria um pouco da minha história”, finalizou.

Sem saber se conseguirá encontrar o ídolo, Reinaldo deixa São Paulo para voltar aos estudos integrais na Escola Estadual Governador Adauto Bezerra – onde perdeu aulas por conta da viagem especial – com a memória de ter acompanhado um dos grandes momentos da história do Palmeiras de Abel Ferreira dentro do Allianz Parque e com o maior prêmio físico que poderia ter: o manto de seu maior ídolo.

ATUALIZAÇÃO:

Por meio de sua assessoria de imprensa, Weverton tomou conhecimento da história de Reinaldo e embora o encontro tenha ficado no “quase”, o goleiro dedicou um momento para responder o “carinho” do palmeirense de Jardim.