Governo do Rio inicia análise técnica para venda de naming rights do Maracanã

Flamengo e Fluminense aguardam posicionamento oficial do Estado para negociar nome comercial do estádio; proposta pode gerar até R$ 70 milhões por ano

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A venda dos naming rights do Maracanã, desejo antigo de Flamengo e Fluminense, começa a ganhar contornos formais. O Governo do Estado do Rio de Janeiro determinou nesta semana o início da análise técnica sobre a possibilidade de comercialização do nome do estádio, tombado como patrimônio histórico.

Segundo informações publicadas pelo ge, o processo será conduzido pela Secretaria da Casa Civil, responsável por examinar aspectos legais e administrativos relacionados à concessão do estádio, que foi renovada em 2024 por mais 20 anos. Essa etapa inclui a avaliação da legislação de licitações, do edital de concessão do Maracanã — que não proibia nem previa a venda do nome — e também dos limites impostos pelo tombamento do local.

Caso seja aprovada, essa operação pode se tornar a maior negociação de naming rights de um estádio no Brasil, com expectativa de movimentar cifras recordes no futebol nacional.

Venda de naming rights do Maracanã

  • Análise iniciada: Governo do Rio autorizou estudo técnico sobre a viabilidade da venda do nome do estádio;
  • Gestão: Flamengo e Fluminense administram o Maracanã em consórcio até 2044;
  • Valor estimado: clubes projetam contrato de até R$ 70 milhões anuais;
  • Limites legais: por ser tombado, o estádio precisa de autorização do Iphan para qualquer alteração visual;
  • Nome oficial: continuará sendo Estádio Jornalista Mário Filho, mesmo após eventual acordo comercial;
  • Debate interno: governo analisa alternativas, como vender apenas o nome de setores;
  • Prazo: expectativa de decisão sobre a possível autorização até o final de outubro.

Questões legais e papel do Iphan

Um ponto central da análise é o tombamento do Maracanã. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já havia informado, em reportagem publicada pelo ge em abril, que a venda é possível, mas depende de autorização prévia da autarquia federal.

Em nota, o órgão explicou que qualquer mudança na identificação visual do estádio — como a exibição do nome comercial na fachada — deve ser solicitada e aprovada formalmente, conforme determina o Decreto-Lei nº 25/1937, que regula as intervenções em bens tombados. Mesmo que ocorra a venda dos naming rights, o nome oficial continuará sendo Estádio Jornalista Mário Filho, nome oficial do Templo do Futebol.

Flamengo e Fluminense projetam alto retorno financeiro

A ideia de explorar comercialmente o nome do Maracanã surgiu no início deste ano, após a dupla Flamengo e Fluminensecomeçar a avaliar novas fontes de receita.

Inicialmente, os clubes estimavam que a negociação poderia render R$ 40 milhões anuais com naming rights. No entanto, segundo informações do jornal O Globo, o valor projetado subiu para cerca de R$ 70 milhões por ano, diante do interesse de marcas de grande porte no mercado nacional.

O Flamengo detém 65% da participação societária no consórcio, enquanto o Fluminense possui 35%. No plano de negócios original, a exploração comercial do nome não estava prevista, mas o cenário econômico e a valorização do estádio após recentes reformas tornaram a proposta mais atrativa.

Governo divide opiniões sobre o modelo de venda

Apesar do otimismo dos clubes, o assunto divide opiniões dentro do Governo do Estado. Há técnicos que defendem a venda apenas dos nomes de setores específicos, como arquibancadas, camarotes ou tribunas.

O governador Cláudio Castro, porém, demonstrou ceticismo quanto à negociação do nome principal do estádio, alegando complexidade jurídica e simbólica do processo.

Mesmo assim, a expectativa é que o parecer técnico seja concluído até o fim de outubro, o que pode abrir caminho para o início das negociações com possíveis patrocinadores ainda em 2025.

Tatiana_Oliveira_Sambafoot
Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, com pós-graduação em Jornalismo Digital. Atua no jornalismo esportivo desde 2022. Iniciou a carreira cobrindo...
entretenimento como redatora e editora no portal Lorena R7, além de ter contribuído como assistente de comunicação e editora voluntária no projeto Lab Dicas Jornalismo. Hoje, vive o universo do esporte com a mesma paixão de quem nunca perde um bom jogo — ou uma boa pauta.
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