Análise – Brasil sai ”ileso” de amistosos e encerra data Fifa com saldo positivo

Ajustes estratégicos proporcionaram à seleção um novo fôlego e uma organização renovada
2024-03-27 13:00:31

A seleção brasileira concluiu sua participação nos últimos dois amistosos sem sofrer derrotas, garantindo uma performance positiva ao encerrar a Data FIFA.

No duelo mais recente, na última terça-feira, o Brasil enfrentou a Espanha em um confronto que terminou empatado 3 a 3 no Santiago Bernabéu.

Não se abalou!

  • Apesar de começar a partida em desvantagem, sofrendo um gol inicial, a equipe brasileira mostrou resiliência ao garantir a igualdade no placar;
  • O jogo, marcado por uma marcação menos agressiva no primeiro tempo, apresentou um cenário distinto em comparação com a excelente atuação anterior no estádio de Wembley;
  • No entanto, ajustes estratégicos proporcionaram à seleção brasileira um novo fôlego e uma organização renovada no confronto realizado no Bernabéu.

LEIA MAIS SOBRE A SELEÇÃO BRASILEIRA

++ Sambafoot Series estreia com documentário sobre Zagallo
++ Espanha x Brasil: como foi a final da Copa das Confederações de 2013?
++ Espanha x Brasil: como foi a partida entre as seleções na Copa do Mundo de 1986?

Quer ficar por dentro do que acontece de mais importante no “Mundo da Bola”!? Então fique ligado no Sambafoot! Siga nossos perfis no InstagramX (antigo Twitter) e Facebook!

Amistosos importantes

Considerando o contexto em que a equipe chegou à Europa, carregando consigo três derrotas consecutivas, a atuação irregular contra a Espanha se torna secundária.

O desempenho global, que incluiu uma vitória convincente sobre a Inglaterra em Wembley e um confronto no Bernabéu caracterizado por uma notável capacidade de reação, foi suficiente para instilar confiança e estabilidade no início da gestão de Dorival.

Erros da arbitragem?

Os controversos lances de pênalti, ainda que presentes, são relegados a um segundo plano nesta análise da performance da equipe brasileira em Madrid.

Como destacado pelo próprio Dorival Júnior após a vitória sobre a Inglaterra por 1 a 0, mais do que o resultado em si, o que importa é o desempenho em campo. E, francamente, o desempenho da seleção brasileira deixou a desejar diante dos espanhóis.

Mesmo elenco

A decisão de manter a mesma formação utilizada em Londres, buscando dar continuidade ao trabalho frente a um adversário com características distintas, pareceu diminuir o ímpeto de um Brasil que se mostrou passivo durante grande parte dos primeiros 45 minutos.

A Espanha chegou a dominar cerca de 70% da posse de bola no primeiro tempo, durante o qual finalizou nove vezes, demonstrando uma superioridade que poderia ter sido refletida em um placar mais amplo do que o 2 a 1 ao intervalo.

Aguentou a pressão!

A equipe brasileira lutou para pressionar o adversário e concedeu espaços significativos para que Rodri liderasse os espanhóis, distribuindo passes e acionando seus companheiros de equipe.

Destaca-se o desempenho incansável do jovem de 16 anos do Barcelona, que incomodou constantemente o lado esquerdo da defesa brasileira, composta por Wendell e Beraldo, e foi alvo de um polêmico pênalti assinalado contra João Gomes.

A desvantagem espanhola já se mostrava justa aos 12 minutos de jogo, e os espanhóis continuaram a dominar o confronto, mantendo um volume de jogo superior contra um Brasil que lutava para ultrapassar a linha do meio-campo.

A conexão entre Rodrygo e Vini pelo lado esquerdo, com o suporte de Wendell, foi responsável por raros momentos de perigo criados pela equipe brasileira, que encontrou uma brecha para permanecer na disputa graças a um gol concedido por Unai Simon. Enquanto isso, Dani Olmo ampliava a vantagem espanhola com um gol de tirar o fôlego, driblando habilmente Beraldo.

Mudou para melhor

Dorival Júnior aproveitou o intervalo para efetuar mudanças táticas, proporcionando frescor e organização à equipe. As substituições de Yan Coutto por Danilo, Endrick por Raphinha, além das entradas de André e Andreas Pereira, conferiram maior dinamismo ao meio-campo, com Paquetá recuando para atuar como segundo homem.

A seleção brasileira demonstrou uma nova postura nos primeiros 15 minutos do segundo tempo, criando mais oportunidades do que durante toda a primeira etapa.

O destaque ficou por conta de Endrick, que marcou um belo gol ao aproveitar um rebote dentro da área após cobrança de escanteio. Durante esse período, a equipe brasileira impôs dificuldades à Espanha, forçando-os a se adaptar às mudanças promovidas por Dorival.

O goleiro Bento entrou em ação com defesas seguras diante dos arremates espanhóis, em grande parte originados de fora da área, em uma vulnerabilidade já demonstrada na vitória sobre a Inglaterra. Apesar da maior presença espanhola no campo de ataque, o confronto se equilibrou, como indicado pelo número igual de finalizações de ambos os lados.

A disposição ofensiva das duas equipes tornou o jogo mais aberto na reta final, culminando em outro lance controverso que resultou em um pênalti para a Espanha. Com o estádio em festa e a vitória aparentemente próxima, o Brasil demonstrou calma e capacidade de reação ao buscar o empate nos minutos finais da partida.

Reviravolta

Douglas Luiz serviu Paquetá, que marcou o gol de empate nos acréscimos, em uma jogada em que Galeno foi derrubado na área após uma combinação entre Andreas e Yan Coutto pela direita. A cobrança precisa de Paquetá garantiu o empate, encerrando o confronto em 3 a 3.

A seleção brasileira, que anteriormente havia conquistado uma vitória convincente sobre a Inglaterra, demonstrou habilidade para encontrar alternativas e soluções, mesmo diante das dificuldades impostas pela Espanha.

O resultado final, um empate com sabor de vitória, apresentou características distintas para uma equipe que chegou à Europa sob desconfiança, mas retorna ao Brasil com o moral renovado.