O Atlético retornou em grande estilo ao Estádio Epaminondas Mendes Brito, o Ipatingão, no Vale do Aço. O Alvinegro aplicou uma goleada histórica diante do Flamengo, por humilhantes 6 a 1, neste domingo, e se reabilitou no Campeonato Brasileiro. O destaque da contundente vitória foi o atacante Alex Mineiro, em tarde inspirada. Ele fez dois gols, deu o passe para outros dois, de Renato e Wagner, e levou os cariocas à loucura com grandes jogadas. Zé Antônio abriu o placar, em cobrança de falta, enquanto Jean marcou para o Rubro-Negro.
Com o Ipatingão lotado, recebendo mais de 23 mil pessoas, o clássico começou com fortes emoções para a torcida. Logo no primeiro minuto, o Galo chegou com perigo. Rodrigo Fabri cobrou escanteio pela direita e André Luiz cabeceou por cima do gol de Júlio César. A seguir, um lance que decidiu a sorte dos dois times na etapa inicial: a expulsão do zagueiro Júnior Baiano.
Em jogada rápida pelo meio, Márcio Santos – que voltou a atuar como titular – caminhou a passos largos rumo ao gol flamenguita, mas foi contido com falta por Júnior Baiano. O zagueiro, que era o último homem da defesa, recebeu o cartão vermelho do árbitro gaúcho Leonardo Gaciba. Na cobrança, Zé Antônio mostrou porque vem sendo uma arma importante para o Galo. Ele chutou rasteiro e mandou a bola no canto direito de Júlio César, aos 4min: 1 a 0 para o Alvinegro.
Atordoado com o gol sofrido no começo, além de confuso na defesa, após a expulsão de Júnior Baiano, o Flamengo tornou-se presa fácil para o Galo. Enquanto os cariocas não conseguiam chegar ao ataque, os atleticanos aproveitaram a vantagem numérica e pressionaram o adversário. Alex Mineiro recebeu de Alessandro e quase marcou o segundo, mas a bola passou à direita de Júlio César.
Mas foi Márcio Santos quem brilhou, em sua jogada característica, as bola aéreas. Depois de insistir no lance por duas vezes seguidas, levando perigo ao camisa 1 do Flamengo, na terceira o atacante alvinegro não desperdiçou. Em bom cruzamento de Renato, pela direita, ele cabeceou para as redes de Júlio César, aos 11min: 2 a 0 para o Galo. A torcida foi ao delírio no Ipatingão.
Antes dos 30 min de jogo, porém, o técnico Mário Sérgio decidiu mexer na equipe. Rodrigo Fabri, que já havia recebido cartão amarelo, estava visivelmente irritado com a marcação do adversário e acabou sendo substituído por Tucho, a fim de evitar o risco de ser expulso de campo. O Flamengo só chegou pela primeira vez aos 31, em chute de Douglas Silva, mas continuava errando muito na defesa. O Atlético, no entanto, não conseguiu aproveitar as falhas. Alex Mineiro acertou a trave, e o Galo ficou mesmo nos 2 a 0.
Marca de artilheiro
O segundo tempo começou da mesma forma que o primeiro: o Atlético pressionando em busca de mais gols. E a tática acabou surtindo efeito. Logo aos 4min, Alex Mineiro cruzou da esquerda e Renato desviou de cabeça para as redes de Júlio César: 3 a 0 Galo. O Flamengo esboçou uma reação com o gol de Jean, aos 7. Ele fez boa jogada individual e chutou rasteiro, no canto direito de Danrlei: 1 a 3.
O gol não abalou os atleticanos, que continuaram absolutos em campo. As chances iam surgindo e a torcida, inflamada, apoiava os jogadores em busca do quarto. Mário Sérgio, com o objetivo de aproveitar os contra-ataques, sacou Márcio Santos para a entrada do veloz Wagner. E o quarto gol veio com a presença do próprio atacante. Aos 13min, Alex Mineiro recebeu passe preciso de Renato, driblou Júlio César e cruzou na medida para o companheiro, que apenas testou para as redes: 4 a 1.
Mas faltava o gol do artilheiro Alex Mineiro, para coroar sua ótima atuação diante do Flamengo. Autor de boas jogadas, com passes precisos para os companheiros, ele foi premiado com a quebra do jejum de cinco partidas sem balançar as redes. O atacante invadiu a área, humilhou os zagueiros Anderson Luiz e Valdomiro, e emendou para as redes do Flamengo: 5 a 1, aos 26min. Os gritos de “Olé” ecoavam pela arquibancada do Ipatingão.
Só que ainda tinha tempo para mais. Em tarde iluminada, Alex Mineiro fechou com chave de ouro a grande participação, que entrará para a história. Ele foi lançado pelo meio, ganhou dos zagueiros na corrida, driblou com categoria o goleiro Júlio César e, de perna esquerda, apenas rolou a bola para as redes: 6 a 1, aos 36. Era o que faltava para o artilheiro, voltar a deixar a marca, em grande estilo. Foi o 13º do artilheiro no Brasileiro, comprovando a fama de se destacar em clássicos.
ATLÉTICO 6 X 1 FLAMENGO
Atlético
Danrlei; Alessandro, André Luiz, Adriano e Rubens Cardoso; Zé Luís, Zé Antônio, Renato (Juninho) e Rodrigo Fabri (Tucho); Alex Mineiro e Márcio Santos (Wagner)
Técnico: Mário Sérgio
Flamengo
Júlio César; China, Júnior Baiano, Valdomiro e Athirson; Da Silva, Douglas Silva, Jônatas (Anderson Luiz) e Zinho (Júnior); Dimba (Dill) e Jean
Técnico: Andrade
Local: Estádio Ipatingão, em Ipatinga
Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva (RS)
Auxiliares: José Otávio Dias Bitencourt e Paulo Ricardo Silva Conceição
Público: 21.360 pagantes (público presente de 23.023)
Renda: R$ 175.170
Cartões amarelos: Rodrigo Fabri, Renato, Zé Antônio
Cartão vermelho: Júnior Baiano
Gols: Zé Antônio, 4, Márcio Santos, aos 13min do 1º tempo; Renato, 4, Jean, 7, Wagner, 13, e Alex Mineiro, aos 26 e 36min do 2º tempo
