Zagueiro agradece América-MG por chance após ato racista: “Me abriu as portas”

Danilo Avelar acertou com o Coelho após ser liberado pelo Corinthians
2023-03-22 15:13:18

O defensor do América-MG, Danilo Avelar, chegou ao futebol mineiro após ser liberado pelo Corinthians após fazer um comentário racista durante uma partida de “Counter-Strike: Global Offensive” e agradeceu o Coelho por ‘abrir as portas’ para ele. Durante o jogo, o atleta profissional chamou outro player de: “Fih (filho) de rapariga preta”.

– O clube me abriu as portas. Seja pelo lado pessoal, por mostrar aos torcedores como se faz, dar oportunidade de fazer uma reciclagem, ensino. E como atleta profissional. Aqui, encontrei um ambiente acolhedor, super engajado nas questões da sociedade. Seja racial, homofóbica, desigualdade. Estão sempre atentos aos temas. Sinto que estou em um lugar acolhido, preparado, protegido e pronto para fazer um bom trabalho. Sei que aqui, eu posso evoluir cada vez mais como profissional e ser humano – afirmou Danilo Avelar em entrevista ao portal “Uol”.

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“Tiveram clubes que não quiseram a contratação porque não sabiam lidar com a situação da torcida. Eu falei: ‘Não tem problema comentar sobre isso, quero que fale porque estou preparado’. Falando você confronta o tema com sabedoria e passa uma imagem diferente. É isso que quero. Não só cometi erro, depois evoluí, renovei. O América entendeu isso. Fiz uma coletiva, falei sobre os estudos, fizemos ações com o clube, um clipe da consciência negra. Ele entendeu que sou um aliado, não precisa ser um negro para isso, o branco também pode. Porque sei do tema. Acho que isso fortalece ainda mais a luta pela causa”, concluiu o defensor.

Exclusão não é o caminho

Afastado imediatamente dos trabalhos com o elenco profissional do Corinthians após o ato, Avelar também avaliou que a atitude do clube paulista poderia ter sido diferente, mas não culpa a diretoria alvinegra pela condução no caso.

“Simplesmente excluir não resolve o problema, tem que encarar. Acho que diante das circunstâncias que o clube encontrou, da pressão de torcida, de patrocinadores, tomou uma atitude imediatista. Falaram em rescisão, mas viram que não é tão simples assim. Às vezes toma uma atitude, fala no calor do momento, depois vê que é difícil contornar. Analisando hoje dava sim para ter outro rumo. Não digo nem de ficar no Corinthians, mas mostrar para as pessoas como se faz diante de uma situação tão delicada… Tenho um lado que entende a postura do Corinthians. Assim como eu não estava preparado para entender sobre o tema, acho que o clube também não estava. Se estivesse preparado, daria para ter conduzido de outra forma”, avaliou o defensor.