Quais são os estádios do Brasil com acordos de naming rights? Confira detalhes

Athletico-PR fechou acordo com empresa nesta semana, e estádio passou a se chamar Ligga Arena; veja outros exemplos
2023-06-24 18:00:14

 

Na última semana, a Arena da Baixada, do Athletico-PR, passou a ser Ligga Arena. O novo nome vem após um acordo de naming rights, que já é conhecido em alguns estádios no Brasil. Confira abaixo quais são eles e mais detalhes sobre cada um:

 

Primeiro: o que é naming rights?

  • Em tradução livre, significa “direitos de nome”.
  • Nada mais é que a concessão legal para nomear um evento, ou no caso do futebol brasileiro, um local específico por empresas que fazem patrocínios.
  • Algumas marcas podem adquirir o direito de colocar seu nome no estádio dos clubes, como é o caso.
  • A iniciativa pode aumentar a visibilidade da marca de forma orgânica, já que é constantemente citada pela imprensa sem precisar investir em publicidade.
  • No Brasil, agora são seis estádios com novos nomes, sendo quatro deles da Série A. Um pertence ao governo, e o outro, é resultado de uma Parceria Público-Privada (PPP).

 

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Dois clubes da Série A e grandes rivais paulistas, Corinthians e Palmeiras, são campeões de receita em valores e períodos próximos. O Atlético-MG, outro que também teve acordo de naming rights, está prestes a inaugurar a nova casa.

Já os estados da Bahia e Pernambuco fazem a administração de seus principais estádios. Confira abaixo cada um dos seis clubes que tiveram o nome de suas arenas alterado após o acordo:

 

Athletico-PR – Ligga Arena (Arena da Baixada)

Quem comprou? Ligga Telecom

Quando? 22 de junho de 2023

Por quanto? R$ 200 milhões, por 15 anos

Capacidade do local: 42.372 pessoas

O clube já realizou venda do nome do estádio anteriormente. Entre 2005 e 2008, a casa do Furacão era a Kyocera Arena. Na época, o clube faturava US$ 1,5 milhão por ano com o investimento da empresa japonesa.

 

Arena da Baixada, Ligga Arena, do Athletico-PR. Foto: José Tramontin/athletico

Arena da Baixada, atual Ligga Arena, do Athletico-PR. Foto: José Tramontin/Athletico-PR

 

Atlético-MG – Arena MRV (Arena Atlético-MG)

Quem comprou? MRV Engenharia

Quando? 18 de setembro de 2017

Por quanto? R$ 60 milhões, por 10 anos

Capacidade do local: 47.465 pessoas

Mesmo com o acerto realizado há quase seis anos, as obras do estádio só começaram em abril de 2020. A Arena MRV recebeu o primeiro evento teste neste ano, e tem outro programado para 16 de julho: o “jogo das lendas do Galo”.

A empresa paga uma parcela de R$ 10 milhões ao longo da obra, em 30 vezes, e os R$ 50 milhões restantes, serão pagos na operação do estádio. O local também conta com setores vendidos. Empresas como Brahma, ArcelorMittal e Banco Inter já garantiram suas partes.

 

Arena MRV, do Atlético-MG. Foto: Danilo Almeira/Agência Espacial/Arena MRV

Arena MRV, do Atlético-MG. Foto: Danilo Almeira/Agência Espacial/Arena MRV

 

Corinthians – Neo Química Arena (Arena Corinthians)

Quem comprou? Neo Química, subsidiária da Hypera Pharma

Quando? 31 de agosto de 2020

Por quanto? R$ 300 milhões, por 20 anos

Capacidade do local: 49.205 pessoas

O acordo foi de R$ 15 milhões por temporada ao clube. A Hypera Pharma optou por usar o laboratório farmacêutico Neo Química como marca da arena.

A compra foi fundamental para que o clube superasse complicações do refinanciamento do estádio com a Caixa Econômica Federal. Além disso, o valor que o Timão irá receber é corrigido anualmente pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Em 2021, fechou em 17,78%, e em 2022, chegou a 7,63%. Com isso, o valor final vai passar de R$ 300 milhões.

 

Neo Química Arena, do Corinthians. Foto: Tiago Garcia/Neo Química Arena

Neo Química Arena, do Corinthians. Foto: Tiago Garcia/Neo Química Arena

 

Palmeiras – Allianz Parque (Arena Palmeiras)

Quem comprou? Allianz

Quando? 24 de abril de 2013

Por quanto? R$ 300 milhões, por 20 anos

Capacidade do local: 43.713 pessoas

Em abril de 2013, WTorre e Allianz fecharam o acordo de naming rights para o estádio do Palmeiras, em moldes semelhantes do Corinthians: R$ 15 milhões por temporada.

Contudo, a parceria recebeu críticas da presidente do clube, Leila Pereira, que cobra R$ 127 milhões da Real Arenas, empresa da WTorre que, por sua vez, é responsável pelo Allianz Parque. A cobrança foi parar na Justiça, por falta de repasses em receitas ao clube (aluguel para shows, naming rights, restaurantes, cadeiras e camarotes inclusos). O Palmeiras não estaria recebendo desde 2015.

 

Allianz Parque, do Palmeiras. Foto: Alexandre Schneider/Getty Images

Allianz Parque, do Palmeiras. Foto: Alexandre Schneider/Getty Images

 

Bahia – Itaipava Arena Fonte Nova (Arena Fonte Nova)

Quem comprou? Itaipava

Quando? 1 de abril de 2013

Por quanto? R$ 51 milhões, por 10 anos

Capacidade do local: 48.902 pessoas

Pertence ao: Governo da Bahia e consórcio Odebrecht/OAS

O acordo foi de R$ 100 milhões por 10 anos com o Grupo Petrópolis, porém, em 2016, em novo acordo, passou para R$ 3 milhões por ano até o final de 2023.

O Bahia, que está na Série A, manda suas partidas no local. A arena deverá ter um novo comprador no ano que vem: Credcesta, do Banco Master.

 

Arena Fonte Nova, na Bahia, Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Arena Fonte Nova, na Bahia. Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

 

Pernambuco – Itaipava Arena Pernambuco (Arena de Pernambuco)

Quem comprou? Itaipava

Quando? 17 de maio de 2013

Por quanto? R$ 51 milhões, por 10 anos

Capacidade do local: 44.300 pessoas

Pertence ao: Governo de Pernambuco

O mesmo acordo de R$ 100 milhões por 10 anos, com o Grupo Petrópolis, ocorreu em Pernambuco. Em 2016, a parceria mudou para R$ 3 milhões anuais até o fim deste ano, assim como na Bahia.

Atualmente, após a rescisão e embate judicial do acordo com o Náutico, a arena recebe jogos do Retrô e Íbis.

 

Arena de Pernambuco. Foto: Rafael Vieira/FPF

Arena de Pernambuco. Foto: Rafael Vieira/FPF

 

Outros clubes também são exemplo de naming rights no futebol brasileiro

Paysandu e Remo também passaram por um acordo no passado, e venderam os nomes de seus estádios (Curuzu e Baenão) para o banco Banpará até 2022. Na operação, cada clube recebeu R$ 1,5 milhão.

O Botafogo-SP também é um exemplo, mas o Estádio Santa Cruz não chegou a ser renomeado. Um setor dentro do local foi denominado Arena Nicnet Eurobike, sendo dividido em duas empresas. A arena recebe eventos e grandes shows internacionais, e tem capacidade para 15 mil pessoas.