A SAF do Fluminense avança e o clube está perto de ter o modelo de empresa no futebol. Após o estudo feito pelo banco BTG Pactual, agora o formato do negócio ganhou mais detalhes.
No Tricolor, a ideia é não ter um “dono". Por isso, o investimento seria feito por diversos empresários, torcedores do clube, comprando ações para terem um “conselho" majoritário.
SAF do Fluminense ganha corpo
- 15 tricolores milionários comprariam as cotas da SAF;
- Os acionistas formarão um “conselho" majoritário, com a escolha de um CEO para comandar o projeto;
- Mario Bittencourt terá um cargo importante no projeto, talvez não o de CEO.
Detalhes do projeto
Portanto, o projeto apresenta uma formação de “cotas", com valores indicados, para que os empresários virem acionistas da empresa de futebol. A ideia é ter 15 torcedores do time, milionários, para formarem o “sócio" majoritário da SAF. O Fluminense associativo ficaria com a minoritária.
Decerto, este projeto irá para a votação dos conselheiros e sócios do clube. Se aprovem a venda, o atual presidente, Mário Bittencourt, deverá ter um cargo importante na gestão do futebol sob o comando da SAF. O presidente postulava ser o CEO da empresa, mas talvez fique com outro cargo. Recentemente, a escolha de seu nome causou desconforto com alguns interessados em comprar as ações.
O GE.com apurou alguns nomes de interessados na compra das ações, contando com o próprio BTG, que fez o estudo e montagem do projeto da SAF, além de Thiago De Luca diretor-geral da Frescatto, patrocinadora do Fluminense, o co-fundador do Absoluto Partners, José Zitelmann e integrantes da família Almeida Braga, da Icatu Seguros.
Sócios e conselho vão votar
A proposta foi feita pelo banco BTG Pactual e aceita pelo Flu. Todos os sócios poderão votar se querem, ou não, a formação da empresa no futebol da equipe. A ideia é ter um fundo que terá torcedores tricolores ilustres como acionistas, mas ainda com a maioria das porcentagens nas mãos do associativo.
Em abril, o time informou, por nota oficial, que o Banco BTG Pactual vem conduzindo conversas com potenciais investidores, com o objetivo de receber uma proposta formal de investimento no clube:
“O Fluminense Football Club reafirma que o Banco BTG Pactual vem conduzindo conversas com potenciais investidores, com o objetivo de receber uma proposta formal de investimento no clube. Até o momento, não houve qualquer manifestação oficial de interesse. Portanto, especulações sobre valores, estruturas ou termos de uma eventual transação não podem ser confirmadas ou negadas, nem pelo clube, nem por seu assessor financeiro. Caso uma proposta formal venha a ser apresentada, ela será submetida a uma análise criteriosa, considerando não apenas o aporte financeiro inicial, mas também aspectos como a eventual assunção de dívidas, investimentos anuais no futebol, repasses que garantam a sustentabilidade do Clube Social e dos Esportes Olímpicos, regras de governança da nova entidade, entre outros elementos relevantes.
O Fluminense reitera seu compromisso com a transparência e informa que, tão logo uma proposta formal seja recebida, seus detalhes serão apresentados aos Conselhos Diretor, Deliberativo e Fiscal, bem como divulgados publicamente aos sócios e torcedores. Ao final, conforme determina a governança do clube, caberá à Assembleia Geral deliberar sobre sua aprovação. Adicionalmente, esclarecemos que não houve qualquer proposição oficial ao presidente Mário Bittencourt sobre propostas relacionadas à SAF. As especulações que circulam são compreensíveis, dada a relevância do tema e o fato de que, em qualquer processo de aquisição, é natural que haja discussões sobre a permanência ou não da atual gestão.
Em linha com o compromisso de transparência, está agendada para o dia 14 de abril uma reunião com o Conselho Deliberativo, ocasião em que será apresentado um panorama atualizado do processo até aqui. Por fim, o Fluminense destaca que vem desenvolvendo este tema há cerca de dois anos, com o apoio do BTG Pactual, sempre de forma responsável e em busca da melhor solução para o clube".
Valores conhecidos
Segundo o jornal “O Globo", a SAF do Fluminense valeria cerca de R$850 milhões. O jornalista Lauro Jardim deu detalhes da negociação. Seriam R$500 milhões em dois anos (R$270 milhões neste ano e R$230 milhões nos próximos dois anos (2026 e 2027).
Para tocar a “empresa", o CEO seria Mário Bittencourt, o próprio presidente. De acordo com o Lauro Jardim, a ideia é de um contrato de cinco anos para Mário, renováveis por mais cinco, com o salário não revelado. Para ser demitido, o presidente receberia todos os salários do tempo restante do contrato em vigência.