Jornalista faz crítica a jogadores do Corinthians por abraço em Cuca após vitória sobre o Remo

Comentarista da ESPN destaca que apoio "passa a imagem que 'a macholândia está aprovando o estupro'", e menciona Cásiso e Róger Guedes
2023-04-27 21:48:13

 

O jornalista Eugênio Leal, da ESPN, fez críticas ao abraço dado pelos jogadores do Corinthians no técnico Cuca após a classificação na Copa do Brasil, na última quarta-feira (26). O treinador deixou o cargo após a vitória nos pênaltis, por 5 a 2, sobre o Remo.

 

O que aconteceu?

> Durante o Sportscenter desta quinta (27), Eugênio fez críticas mencionando Cássio e Róger Guedes.

> Para o comentarista, apoio pode ser entendido como “passada de pano" para a violência sexual.

> “Para a mulher que está de fora, passa a imagem que ‘a macholândia está aprovando o estupro"“, disse o jornalista.

> Ainda no programa, Eugênio viu como um erro o técnico contratar advogados na Suíça para “resolver" e “esclarecer" as questões do caso, já que o crime ocorreu em 87 e prescreveu em 2004. Cuca foi condenado em 1989.

> Concluindo o raciocínio, o comentarista vê a saída do treinador como uma “vitória do movimento das mulheres", após dizer que “a sociedade se transforma".

 

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Desde a chegada, Cuca e diretoria vêm sofrendo pressão da torcida

Durante o programa Sportscenter desta quinta-feira (27), o comentarista Eugênio Leal, da ESPN, falou sobre o ocorrido da última quarta (26), durante a vitória do Corinthians sobre o Remo pela Copa do Brasil. Após a decisão dos pênaltis, os jogadores do Timão abraçaram o técnico Cuca, que saiu do cargo depois da partida.

O treinador vem sofrendo pressão desde a semana passada, quando anunciado pelo clube, por conta da condenação na Suíça, em 1989. Quando ainda atuava pelo Grêmio, Cuca esteve envolvido no “escândalo de Berna", em 87, quando quatro atletas estupraram uma menina de 13 anos no hotel em que o Tricolor estava concentrado.

O grande problema disso e da forma como foi feito na hora de uma vitória dramática com disputa de pênaltis, com Cássio como herói da disputa e Roger Guedes como herói do jogo, os dois levantando o braço para o Cuca, a imagem passa a interpretação de que eles [jogadores] estão a favor da violência sexual. O que passa na cabeça deles é: ‘eu faço parte de um grupo onde ele está sendo muito criticado, então vou mostrar que estou junto com ele, um por todos e todos por um, acho que é mais ou menos isso que passa pela cabeça dos jogadores do Corinthians". Para mulher que está de fora, passa a imagem que ‘a macholândia está aprovando o estupro‘", disse Leal.

O jornalista seguiu falando sobre o assunto, e viu como um erro a interpretação de Cuca, agora ex-técnico do Corinthians, de que teria sido julgado pela internet. Eugênio avaliou, ainda, a decisão do treinador de contratar uma assessoria jurídica em 2023 para “esclarecer" o assunto na Suíça como um erro.

“Há um erro nisso que o Cuca repetiu na entrevista é de que ele foi julgado pela internet. Ele não foi julgado pela internet, ele foi julgado pela Justiça da Suíça. E foi condenado. É verdade que o crime já prescreveu em 2004. O crime foi em 87. Então ele não deve nesse momento nada. Eles ficaram 30 dias presos na Suíça, mas vieram para o Brasil e hoje essa pena já prescreveu […] Até por isso acho que até que ponto vale a pena estabelecer advogados na Suíça para um assunto que já acabou e está encerrado“, completou.

Sobre a cobertura do caso na época do ocorrido, o jornalista destaca a diferença, já que a imprensa tratou os jogadores como “heróis injustiçados". Em 87, a culpa do ocorrido foi atribuída à vítima por diversas pessoas. Eugênio vê a saída de Cuca do Corinthians como uma “vitória do movimento das mulheres".

“Uma coisa que não se mexe é na imagem dele. A cobertura da imprensa na época era bem diferente, era passando pano, aliviando, foram tratados como heróis, como se tivesse sido injustiçados. Não havia a facilidade de acesso a informação. Ai fica o dito pelo não dito. Só que a sociedade se transforma. E o aconteceu ontem é uma vitória do movimento das mulheres. O treinador não aguentou a pressão, especialmente das mulheres, o treinador entregou o cargo. Não aguentou a pressão", concluiu o comentarista.