Impedimento semiautomático: CBF trará para o Brasileirão 2026 a tecnologia usada na Premier League

Tecnologia usada na Premier League chega ao Brasil com promessa de decisões mais rápidas, precisas e com maior credibilidade, usando câmeras 4K e inteligência artificial

6min de Leituratimer 1

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) oficializou, na última segunda-feira (10), a implantação do impedimento semiautomático a partir da primeira rodada do Brasileirão 2026, marcada para 28 de janeiro.

O anúncio foi feito durante um encontro do Grupo de Trabalho de Arbitragem da entidade e contou com demonstrações da Genius Sports, empresa escolhida para fornecer a tecnologia — a mesma utilizada na Premier League.

Com câmeras 4K e IA, Brasileirão 2026 terá impedimento semiautomático usado na Premier League

  • CBF vai implementar o impedimento semiautomático a partir da 1ª rodada do Brasileirão 2026;
  • Sistema utilizado será o mesmo da Premier League, fornecido pela Genius Sports;
  • Cerca de 30 iPhones 4K capturam a partida e criam réplica digital do jogo;
  • Inteligência artificial detecta momento exato do passe e partes do corpo próximas da linha;
  • Precisão atual é de 97,8%, com decisões confirmadas em cerca de 66 segundos;
  • Equipamentos podem ser instalados em qualquer estádio do país.

Tecnologia usada na Premier League chega ao Brasil

De acordo com informações publicadas pelo portal Globo Esporte, a apresentação foi conduzida por Harry Lennard, ex-árbitro assistente da Premier League e atual diretor de arbitragem da Genius Sports. Segundo ele, o sistema foi desenvolvido para aumentar a credibilidade das decisões do VAR e recuperar o fluxo natural da informação, evitando que o público da TV descubra o resultado do lance antes dos jogadores em campo.

"Acho que a maior vantagem é restaurar o fluxo natural da informação: a bola entra, uma decisão é feita, o VAR faz a decisão, VAR passa ao juiz que diz ao mundo. No sistema atual, quando você está desenhando as linhas, as pessoas de casa conhecem a decisão antes de que as pessoas no gramado saibam. Nosso sistema tenta restaurar o fluxo natural de informação e compartilhar e dar decisões mais rápidas, mais confiáveis e com mais credibilidade", explicou Lennard.

Como funciona o impedimento semiautomático

A tecnologia utiliza cerca de 30 iPhones 16 Pro — que serão atualizados para o modelo 17 Pro — espalhados pelos estádios. Os aparelhos capturam o jogo em 4K e 100 frames por segundo, permitindo criar uma réplica digital da partida e monitorando milhares de pontos no corpo de cada jogador, além da bola.

A inteligência artificial identifica o exato momento do passe e determina quem é o atacante envolvido no lance e qual defensor é referência. O sistema também é capaz de detectar automaticamente qual parte do corpo está mais próxima da linha de fundo — ombro em um frame, pé no seguinte, por exemplo.

Precisão próxima do automático

Lennard afirmou que, apesar do nome "semiautomático", o sistema já opera com alto nível de precisão:

"A cada fim de semana, na Premier League, há cerca de 250 impedimentos. O sistema, sozinho, tem 97,8% de acerto. É muito próximo de algo totalmente automático. Em um fim de semana recente, fomos usados em cinco decisões. Em apenas uma delas tivemos que mudar o ponto do toque na bola por dois frames", disse ao ge, em entrevista realizada em setembro.

Decisões em pouco mais de um minuto

A CBF e a Genius Sports estimam que um lance duvidoso de impedimento será resolvido em cerca de 66 segundos, tempo equivalente à média entre o gol e a saída para o meio-campo na Premier League. As imagens digitais também servirão como material de treinamento para árbitros assistentes, ajudando a reduzir erros recorrentes.

Lennard reforçou que a instalação funciona em qualquer estádio, mesmo em arenas em reforma:

"Precisamos cerca de dois dias para instalar os equipamentos nos estádios. Não há um local em que a gente não tenha conseguido instalar. Às vezes é preciso ser criativo. Há um estádio na Bélgica que estavam reformando uma das arquibancadas e tivemos que colocar as câmeras em postes, mas isso não afetou a qualidade", explicou.

Tatiana_Oliveira_Sambafoot
Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, com pós-graduação em Jornalismo Digital. Atua no jornalismo esportivo desde 2022. Iniciou a carreira cobrindo...
entretenimento como redatora e editora no portal Lorena R7, além de ter contribuído como assistente de comunicação e editora voluntária no projeto Lab Dicas Jornalismo. Hoje, vive o universo do esporte com a mesma paixão de quem nunca perde um bom jogo — ou uma boa pauta.
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