Cinco clubes da Série A publicam nota em defesa do gramado sintético e criticam proposta do Flamengo à CBF

de Atlético-MG, Athletico-PR, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras defendem tecnologia e contestam críticas após proposta do Flamengo para extinguir gramado sintético no futebol brasileiro

6min de Leituratimer 1

Atlético-MG, Athletico-PR, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras divulgaram, na manhã desta quinta-feira (11), uma nota conjunta em defesa do uso do gramado sintético no futebol brasileiro. O manifesto surge dois dias após o Flamengo protocolar na CBF uma proposta para eliminar esse tipo de superfície de jogo em competições nacionais, sugerindo uma transição até 2027 na Série A e 2028 na Série B.

As cinco equipes, atualmente as únicas da elite que utilizam ou utilizarão o sintético em 2026, afirmam que o debate tem sido conduzido de forma distorcida e com vieses clubistas, ignorando a ausência de padronização dos campos pelo país. Segundo os clubes, os gramados artificiais de alta performance apresentam vantagens claras em relação a campos naturais mal conservados, ainda presentes em boa parte dos estádios brasileiros.

Atlético-MG, Athletico-PR, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras divulgam nota conjunta em defesa do gramado sintético

  • Clubes da Série A divulgaram nota conjunta em defesa do gramado sintético;
  • Manifesto foi publicado após proposta do Flamengo à CBF para eliminar o sintético até 2027/2028;
  • Equipes afirmam que não há padronização de gramados no país e criticam “narrativas distorcidas”;
  • Nota reforça que não existem estudos conclusivos relacionando sintético a aumento de lesões dos atletas;
  • Os clubes afirmam que o debate é válido, mas deve ser “técnico e responsável”;
  • Palmeiras, Atlético-MG e Botafogo já usaram o sintético em 2025;
  • Athletico-PR e Chapecoense também usarão o piso sintético na Série A em 2026.

Pontos centrais da nota conjunta

Clubes destacam ausência de padronização e contestam críticas

No documento, as equipes enfatizam que não existe padronização de gramados no Brasil, o que torna injusto direcionar críticas apenas ao modelo sintético. Para os clubes, essa simplificação compromete o debate e ignora a complexidade técnica que envolve a manutenção e a qualidade do piso de jogo.

Superfície sintética não aumenta lesões, afirmam clubes

Outro ponto reforçado na nota é a inexistência de estudos científicos conclusivos que associem os gramados sintéticos modernos a um aumento de lesões entre atletas profissionais. A defesa é baseada em pesquisas recentes utilizadas também por ligas internacionais.

De acordo com os times, o debate deve ser técnico e não narrativo

Os clubes defendem que a discussão sobre qualidade dos gramados é válida, mas precisa ser sustentada por dados objetivos, conhecimento técnico e responsabilidade, e não por “narrativas” que, segundo eles, distorcem a realidade e desinformam o público.

Leia a íntegra da nota divulgada pelos clubes

“Diante das recentes declarações públicas sobre a utilização de gramados sintéticos no futebol brasileiro, Athletico Paranaense, Atlético, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras reafirmam sua posição em defesa dessa tecnologia, adotada de forma responsável, regulamentada e alinhada às melhores práticas internacionais.

Em primeiro lugar, é imprescindível reconhecer que não existe padronização de gramados no Brasil. Ignorar esse fato e direcionar críticas exclusivamente aos gramados sintéticos reduz um debate complexo a uma narrativa simplificada, injusta e tecnicamente equivocada.

Também reiteramos que um gramado sintético de alta performance supera, em diversos aspectos, os campos naturais em más condições presentes em parte significativa dos estádios do país.

É igualmente importante esclarecer que não há qualquer estudo científico conclusivo que comprove aumento de lesões provocado pelos gramados sintéticos modernos.

O tema da qualidade dos gramados é legítimo, saudável e necessário. Porém, deve ser conduzido com responsabilidade, dados objetivos e conhecimento técnico, e não com narrativas que distorcem a realidade, desinformam o público e desconsideram a complexidade do assunto.

Athletico Paranaense – Atlético – Botafogo – Chapecoense – Palmeiras”

Posicionamento de Leila Pereira

O debate ganhou força nos últimos meses e a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, vem sendo uma das vozes mais ativas na defesa do gramado sintético e voltou a reiterar que não existe evidência científica de que esse tipo de piso aumente o risco de lesões.

Na Série A de 2025, apenas Atlético-MG, Botafogo e Palmeiras atuaram com gramado sintético. A partir de 2026, Athletico-PR e Chapecoense também integrarão o grupo.

Tatiana_Oliveira_Sambafoot
Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, com pós-graduação em Jornalismo Digital. Atua no jornalismo esportivo desde 2022. Iniciou a carreira cobrindo...
entretenimento como redatora e editora no portal Lorena R7, além de ter contribuído como assistente de comunicação e editora voluntária no projeto Lab Dicas Jornalismo. Hoje, vive o universo do esporte com a mesma paixão de quem nunca perde um bom jogo — ou uma boa pauta.
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