CBF anuncia mudanças estratégicas e investimento no futebol feminino a partir do ano que vem

Entidade explica que alterações resultam de consultas a especialistas, clubes, federações e atletas, além do corpo técnico da CBF

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Na segunda-feira (24), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou mudanças importantes no futebol feminino em 2026.

Conforme a entidade, as alterações impactam diretamente no número de clubes e datas das séries A1, A2 e A3, além da Copa do Brasil Feminina. Confira a seguir o que muda a partir da próxima temporada.

Mudanças para o futebol feminino

  • Além de alterações no calendário, a CBF também anunciou medidas inéditas para o futebol feminino;
  • Entre elas, o apoio às atletas mães e lactantes. Elas terão oportunidade de levar filhos em viagens, com custos pagos pela confederação;
  • O futebol feminio de base também foi contemplado com as mudanças e receberá investimentos por meio do programa CBF Transforma.

Presidente da CBF cumpre promessas

A reformulação do calendário do futebol feminino representa o compromisso do novo presidente da CBF, Samir Xaud. Para chegar ao escopo das mudanças, a entidade consultou especialistas, clubes, federações e atletas, além do corpo técnico da CBF.

Pela reestruturação, as principais competições femininas do país terão aumento no volume de partidas para as equipes de lite e mais suporte aos times de base.

Segundo a CBF, as mudanças que serão implementadas a partir de 2026 representem investimento de R$ 685 milhões nas competições femininas, com aumento de 41% de datas, 84% no número de jogos e 69% de vagas no calendário nacional. Confira a seguir as principais alterações (com informações da CBF):

Supercopa

Entre as nove competições organizadas pela CBF no futebol feminino, a que abre o novo calendário é a Supercopa, no dia 8 de fevereiro, disputada entre a equipe campeã da Série A1 e da Copa do Brasil Feminina.

A premiação é de R$ 1 milhão para as campeãs e R$ 600 mil para as vice-campeãs. O mando de campo será definido em consenso entre CBF e os clubes participantes.

Série A1

A Série A1, principal competição do calendário feminino, terá início em 15 de fevereiro e final com data-base em 4 de outubro, com o número de clubes ampliado de 16 para 18 participantes.

A competição terá as datas-base às quartas-feiras e domingos, e passa a ter 23 datas, duas a mais do que teve em 2025, representando um aumento de 134 para 167 jogos. Todos os clubes participantes da competição têm vaga assegurada na Copa do Brasil Feminina.

Cada clube participante terá uma cota fixa de R$ 720 mil na primeira fase, com um acréscimo de R$ 20 mil a cada partida de primeira escolha pelo detentor com transmissão nacional.

A premiação para a equipe campeã será de R$ 2 milhões, e de R$ 1 milhão para a vice. Duas equipes serão rebaixadas para a Série A2. A partir de 2027, a CBF exigirá que todas as atletas participantes tenham contrato profissional assinado.

Critérios de participação:
14 clubes que permanecerem na A1 (1º ao 14º de 2025);
4 clubes promovidos a partir da A2 de 2025.

Série A2

A Série A2, segunda divisão do futebol feminino, terá início em 14 de março e final prevista para 19 de setembro, com aumento de 13 para 21 datas (representando aumento de 70 para 134 jogos) e o número de 16 clubes participantes, mantido. As datas-base das rodadas são quartas-feiras e sábados.

O formato da competição passa por alteração, com turno único e grupo único na 1ª fase. As cotas aos clubes participantes passam por reajuste de 2,4 vezes, passando a R$ 360 mil para cada na primeira fase.

Quatro clubes se classificam para a A1 e dois são rebaixados para a A3. As equipes participantes têm vaga garantida na Copa do Brasil Feminina.

Critérios:
2 clubes rebaixados da A1 (15º e 16º de 2025);
10 clubes remanescentes da A2 (5º ao 14º de 2025);
4 clubes promovidos da A3 (1º ao 4º de 2025).

Série A3

A Série A3, terceira divisão, terá início em 21 de março e término previsto para dia 5 de setembro. O aumento será de 11 para 14 datas: de 78 para 126 jogos.

Ao todo, serão 32 clubes com todas as unidades federativas representadas. O formato será de turno e returno na 1ª fase. A data-base das partidas será sábado.

A cota para cada clube participante terá reajuste de 3,3 vezes, passando a R$ 120 mil na primeira fase. Os clubes participantes têm vaga na Copa do Brasil Feminina. Os quatro melhores sobem para a A2.

Critérios:
2 clubes rebaixados da A2 (15º e 16º de 2025);
27 campeões estaduais adultos de 2025 (com substituição pelo vice ou seguinte, se necessário);
3 clubes remanescentes da A3 (5º ao 7º de 2025).

Copa do Brasil Feminina

A Copa do Brasil Feminina passará de 65 para 66 participantes, reunindo os clubes das três divisões nacionais. O início será em 22 de abril e a previsão de término é em 15 de novembro. O número de jogos passa de 64 a 72, com uma mudança de 8 para 11 datas.

A estreia das equipes segue semelhante, com os clubes da A3 participando desde a 1ª fase, os da A2 entrando a partir da 2ª fase e os da A1 somente na 3ª fase. A partir das quartas de final, porém, até a decisão do certame, os jogos serão de ida e volta. As datas-base são quintas-feiras e domingo.

Os confrontos e mandos de campo de cada fase serão definidos por sorteio. As cotas de participação de todas as fases serão dobradas em relação ao formato de 2025.

Critérios de entrada:
18 clubes da A1 de 2026;
16 clubes da A2 de 2026;
32 clubes da A3 de 2026.

Categorias de base (Sub-20, Sub-17, Sub-16 e Sub-14)

O calendário de formação também passou por ajustes estruturais. O Brasileiro Feminino Sub-20 será realizado entre 8 de março e 28 de maio, com final em jogos de ida e volta e aumento de 11 para 12 datas (85 para 86 partidas).

As cotas de participação para todas as fases foram reajustadas em 10%, e o cronograma foi organizado de forma a preservar datas da Seleção Brasileira Sub-20 e garantir uma janela de treinos entre a fase de grupos e os mata-matas.

O Brasileiro Feminino Sub-17 seguirá formato semelhante, ocorrendo entre 30 de maio e 29 de agosto, também com finais em ida e volta. Haverá um aumento de 11 para 12 datas e acréscimo de 10% nas cotas de participação. Assim como no Sub-20, o calendário evita conflitos com as datas da Seleção Sub-17.

As Ligas Sub-16 e Sub-14 continuam sendo disputadas em sede única, ambas realizadas entre 23 e 29 de março, com 20 partidas em cinco datas cada. Os torneios mantêm o formato atual e seguem garantindo uma vaga na Fiesta CONMEBOL Evolución para seus campeões.

 

Ana Bittencourt
Jornalista por formação, apaixonada por esportes, música e cultura. Entusiasta do futebol feminino, defende que lugar de mulher é onde ela quiser. Concluiu a...
graduação em 2008 na Universidade Franciscana, em Santa Maria (RS). Tem passagens pelo Grupo RBS e pelo Sistema Medianeira de Rádios. Cresceu em uma família de pai e irmão fanáticos por futebol e com eles coleciona grandes memórias. A principal delas, com a Seleção Brasileira, durante a final da Copa do Mundo de 1994 - a primeira em que viu o Brasil ser campeão do mundo. Até hoje não esquece a reação de Roberto Baggio ao errar o gol e imagina como seria a cobrança de Bebeto caso o italiano não tivesse chutado para fora.
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