Marcelle Decothé da Silva foi exonerada do cargo de chefe da assessoria especial no Ministério da Igualdade Racial nesta terça-feira (26), após publicação contra torcedores do São Paulo na final da Copa do Brasil, que aconteceu no domingo (24).
O que aconteceu?
- Marcelle era assessora de Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial.
- A ministra exonerou Decothé nesta terça-feira (26).
- “As manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do MIR”, manifestou o ministério, em nota oficial.
- A pasta informou, ainda, que exonerou a funcionária para “evitar que atitudes não alinhadas a esse propósito interfiram no cumprimento de nossa missão institucional”.
- A publicação, feita no perfil de Marcelle durante a final entre São Paulo e Flamengo pela Copa do Brasil, teve repercussão negativa entre os são-paulinos.
- Tanto Anielle Franco como a ex-assessora torcem para o Flamengo.
- Durante a final, Marcelle criticou a “torcida branca” do Tricolor Paulista (veja abaixo).
- Marcelle entrou no cargo comissionado do governo no dia 7 de fevereiro de 2023. A função era de 40 horas semanais como chefe da assessoria especial, com salário de R$ 17,1 mil.
- De acordo com o Portal da Transparência do governo federal, Decothé foi oficialmente contratada pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.
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Relembre o caso
No último domingo (24), dia da final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo, Marcelle acompanhou a ministra Anielle Franco no jogo e num voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para São Paulo.
Em seu perfil, Decothé escreveu: “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade… Pior de tudo pauliste”.
Em outro post, Marcelle faz um gesto obsceno no meio da torcida do São Paulo. A ex-assessora fez, ainda, uma publicação segurando uma camisa do Flamengo, tecendo críticas à diretoria. “Independente da diretoria fascista, dos pau no koo (sic) que acha que merece vestir a camisa desse clube, pra sempre Flamengo”, escreveu.
A foto de Marcelle com a camisa do Rubro-Negro também foi publicada pela assessora Luna Costa, que escreveu: “Marcelle brincando com o perigo abrindo a camisa do Flamengo no meio da torcida do São Paulo”.
Outra publicação feita por Decothé, no voo, ironizava o fato das colegas estarem vestindo camisas da seleção brasileira. “30 segundos de diálogo com a CBF, já viraram patriotas”, escreveu.
O Ministério da Igualdade Racial afirmou, em nota, que a conduta das servidoras passará por investigação interna.
“O Ministério da Igualdade Racial declara que recebeu a informação a respeito da postagem das servidoras em perfil privado de rede social e que, ainda que as postagens tenham sido feitas em momento de descontração, fora dos ritos institucionais e de tom informal, o caso será submetido às instâncias internas de investigação para apuração da conduta das servidoras”, diz a nota;
Ministra foi criticada por usar voo da FAB para ir ao jogo
Além da publicação de Marcelle, Anielle também foi criticada por utilizar um voo da FAB para ir à decisão. De acordo com a ministra, o voo foi requisitado para o compromisso de assinar um protocolo de combate ao racismo no esporte. Houve divulgação do Disque 100, destinado para denúncias de violações dos Direitos Humanos, no telão do Morumbi durante a partida.
A ministra respondeu às críticas: “É inacreditável que uma ministra seja questionada por ir fazer o seu trabalho de combate ao racismo e cumprir o seu dever”.
Em nota, a pasta informou que “a final da Copa do Brasil foi escolhida para a realização da ação de divulgação pelo alto número de pessoas presentes no estádio e pela grande audiência, típica de uma final de campeonato, independente de quais clubes a disputassem”. Além disso, o ministério afirma que “o voo da FAB foi utilizado para uma missão institucional, como é praxe em deslocamentos para ações ministeriais e de governo e como uma medida de economia de gastos públicos para locomover as equipes”.
Além de Anielle Franco, estiveram presentes na ação o ministro Silvio Almeida, de Direitos Humanos e da Cidadania, André Fufuca, do Esporte, e o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Como funciona o uso dos aviões da FAB?
O uso é regulamentado por um decreto presidencial, e tem uma ordem de prioridade, sendo ela:
- Casos de emergências médicas;
- Quando há razões de segurança;
- Viagens a serviço.
As regras não permitem solicitar o voo para passar o final de semana em casa.