Confira entrevista exclusiva para o Sambafoot com o ex-jogador Juninho Paulista

Juninho, como e quando você resolveu virar jogador? Como foi a passagem pelas categorias de base e o inicio da carreira profissional? Eu sempre tive o incentivo da família. Com seis anos, comecei jogando futebol de salão no Juventus-SP e só fui conhecer o campo com 12 anos. Nas categorias de base, eu tinha muitos […]
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sambafoot_admin
2011-11-24 21:13:00

Juninho, como e quando você resolveu virar jogador? Como foi a passagem pelas categorias de base e o inicio da carreira profissional?

Eu sempre tive o incentivo da família. Com seis anos, comecei jogando futebol de salão no Juventus-SP e só fui conhecer o campo com 12 anos. Nas categorias de base, eu tinha muitos problemas com o meu corpo franzino. As pessoas não acreditavam que eu poderia ser competitivo, mas eu sempre acreditei no futebol. Mesmo dispensado do Juventus e do Corinthians, minha família sempre me deu apoio e teve a convicção de que eu iria chegar. Depois, o treinador da base do Ituano acreditou no meu potencial e eu pude corresponder aqui. Quando eu me profissionalizei e disputei dois campeonatos paulistas essa dúvida foi realmente quebrada.

No São Paulo, você trabalhou com o Telê Santana. Como foi trabalhar com ele?

O Telê era uma pessoa muito exigente dentro e fora de campo. Ele se preocupava com tudo o que o jogador fazia. Isso foi um ponto positivo para que agente pudesse evoluir na carreira individualmente. O Telê tentava tirar os nossos defeitos a cada treino e isso me ajudou bastante na carreira.

Qual foi o melhor time que você jogou: São Paulo de 1993 ou Vasco de 2000?

É difícil. Acho que o elenco do São Paulo era melhor, mas de time era um páreo duro. Aquela equipe do Vasco, apesar de não ter grandes nomes que tinha a equipe do São Paulo, era tão boa quanto.

Você também passou pelo Palmeiras e sabe que já faz um tempo que a equipe não conquista um título expressivo. Você acha que a pressão da torcida atrapalha o time?

Não só da torcida, mas também a briga entre as diretorias e a briga pelo poder. Isso, com certeza, reflete dentro de campo. Acho que as pessoas envolvidas no clube, não estão em prol do Palmeiras, mas em prol da sua gestão. Se não tem uma harmonia fora de campo, dificilmente você vai encontrar dentro de campo. Na época da Parmalat, a coisa também era conturbada fora de campo, mas, com tantos craques, eles puderam fazer aquelas campanhas maravilhosas. Hoje, você não tem tantos craques que podem fazer essa diferença. Acho que é isso que causa essa pressão, que faz com que a equipe fique travada e não consiga obter os resultados. Poderia ter uma melhora em todo o Palmeiras, desde lá de cima até lá embaixo, para que as coisas pudessem melhorar.

Muitas pessoas consideram você o jogador mais bem sucedido do Brasil que jogou na Inglaterra. Que impacto isso tem para você?

Muito grande. A Inglaterra valoriza o passado, enquanto que no Brasil as pessoas não valorizam tanto. Esse reconhecimento que eu tenho deles, é muito gratificante para mim. Recentemente eu tive a oportunidade de fazer um jogo de despedida do Middlesbrough com o PSV e foi maravilhoso. Tiveram quase 20 mil pessoas no estádio. É isso que agente guarda na carreira e vê a importância com que as pessoas fora do Brasil tratam os brasileiros

Você pensa em voltar para o Middlesbrough com um cargo dentro do clube?

É difícil falar. Hoje eu tenho uma vida estável aqui no Brasil. Eu fui morar em outros países por estar jogando futebol, mas já não sei se eu mudaria de país para ser dirigente. Já é outra situação.

No último contato com o Sambafoot, você disse que estava tentando viabilizar um amistoso do Ituano com o Middlesbrough.

Agente quase conseguiu viabilizar um amistoso entre as duas equipes. Esse período que eu estive lá fazendo a minha despedida, conversei bastante com o Steve Gibson (presidente do Middlesbrough) e quem sabe sai no ano que vem.

Em 1998, você era nome certo na lista do Zagallo, mas acabou sofrendo uma contusão. Como foi ficar fora da Copa do Mundo?

Acho que foi a primeira tristeza na minha carreira. Até então nunca tinha sofrido uma lesão séria e essa chegou na véspera da Copa e na melhor fase da minha carreira. Então realmente me prejudicou muito, tanto que tive dois anos para recuperar tudo aquilo que eu tinha conquistado até então. É uma parte marcante negativamente na minha carreira.

Em 2002, você conquistou a Copa do Mundo. Como estava o grupo para a disputa do Mundial? Como foi isso para você?

Essa Seleção começou a pegar corpo nos últimos jogos das eliminatórias. A dificuldade e a falta de confiança da imprensa e do torcedor fizeram com que todos os jogadores se sentissem na obrigação de ajudar o Brasil. Isso foi unindo cada vez mais a comissão e os jogadores. A classificação nas eliminatórias nos fortaleceu e essa união era sentida por nós e não tanto pelas pessoas que estavam de fora, que só puderam ver isso na Copa do Mundo, quando colhemos todos os benefícios.

Como você tem visto o trabalho do Mano Menezes na Seleção Brasileira?

Eu vejo o Mano Menezes como um treinador competente e acho que ele demonstrou isso durante esses quatro anos antes de servir a Seleção. Eu acho que tem que ter um tempo. Até então ele não tinha uma experiência com a Seleção e está adquirindo isso agora. Todos nós devemos dar um crédito e acreditar no trabalho dele e desses jogadores tão talentosos que estão na Seleção.

O estádio Novelli Júnior passou por reformas e ficou muito bom. Quais são os próximos objetivos do Ituano?

Eu acho que o objetivo do Ituano é conquistar essa vaga na Copa do Brasil através da Copa Paulista. Estamos com uma equipe confiante e vamos para segunda fase para tentar conseguir essa vaga.

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