Na noite deste sábado, o Atlético-MG bateu o Fluminense em pleno Engenhão, no que foi apenas a terceira derrota da equipe carioca em casa desde o início do campeonato, e a primeira vitória dos mineiros no estádio. O grande resultado, que por ora livra o Galo da zona de descenso, foi construído ainda no primeiro tempo, com gols de Daniel Carvalho, de pênalti, e André, de cabeça.
O jogo: gol no início e desorganização tricolor
O Flu entrou em campo com uma escalação diferente da que o torcedor está acostumado. Com as ausências de Marquinho e Deco no meio de campo, o técnico Abel Braga optou pelo esquema com três zagueiros, de modo a liberar os alas para o apoio.
O Galo também veio muito modificado: Mancini retornou à equipe após um período no banco, e se juntou a Daniel Carvalho e Bernard na linha de três meias que ditou o ritmo de forte marcação e ataque compacto da equipe mineira.
Foi justamente em uma jogada de um destes atletas que o placar foi aberto. Bernard trouxe a bola da esquerda para dentro da área tricolor e foi derrubado por Mariano: pênalti, bem cobrado por Daniel Carvalho.
Daí até o fim do primeiro tempo, o que se viu foi um Atlético aplicado taticamente e bem na defesa, em oposição a um Fluminense valente e disposto, porém muito desorganizado e com sérias dificuldades para concluir as jogadas ofensivas.
Os alas, livres em virtude da presença de Edinho na zaga, eram uma presença constante no ataque, mas não tinham com quem dialogar devido à ausência de um homem de referência na área. Vale lembrar que os centroavantes Fred e Rafael Moura não atuaram por conta de suspensões, e o ataque tricolor foi formado por Rafael Sóbis e Alejandro Martinuccio, atletas baixos e que previsivelmente perderam o duelo com os zagueiros Leonardo Silva e Réver, ambos de 1,92m de altura.
No meio, a situação não era melhor: Manuel Lanzini, o único homem de criação do Flu, era anulado por Pierre. Neste ritmo, a equipe partia para cima, mas não acertava o último passe e oferecia muito pouco perigo ao goleiro Renan Ribeiro.
O Atlético, sereno diante do desespero tricolor, foi premiado no apagar das luzes do primeiro tempo, em um raro lance de ataque. Daniel Carvalho, decisivo, fez lindo cruzamento na área, e André provou definitivamente ser um carrasco do Flu ao cabecear firme para o fundo das redes. O camisa 90 alvinegro já havia marcado contra os cariocas no primeiro turno do Brasileirão 2011 e, há mais tempo, no duelo de volta do Brasileirão 2009, quando ainda era uma mera promessa das categorias de base do Santos.
Segundo tempo: desespero carioca e firmeza mineira
No retorno para a etapa complementar, os donos da casa vieram com uma alteração: o atacante Araújo, retornando de uma longa ausência por contusão, entrou no lugar do volante Rodrigo.
Mas os problemas na criação continuaram, e a equipe permaneceu sem uma referência na área capaz de enfrentar a zaga atleticana no jogo aéreo. Com isso, o que se viu foi um esforço admirável, porém incrivelmente infrutífero dos tricolores, que sentiam-se obrigados a dar uma resposta ao bom número de torcedores presentes no estádio (cerca de 25 mil), mas não reuniam condições técnicas ou táticas para tal.
O Atlético, tranquilo, ainda aproveitou algumas oportunidades de contra-ataque e quase ampliou em uma bola na trave de Richarlyson.
Aos 38, no último lance relevante da partida, Leandro Euzébio foi expulso, engrossando a lista de desfalques do Fluminense. O jogador foi aventurar-se no ataque quando sofreu falta na entrada da área e foi pedir um cartão para o árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima. Na reclamação, ele próprio recebeu o segundo amarelo.
Ainda em 5°, com 50 pontos conquistados, o Flu aguarda os resultados deste domingo para saber em que posição terminará a rodada, enquanto já pensa no confronto com o Ceará, às 18h do próximo sábado, no estádio Presidente Vargas. O Galo, que chegou aos 33 pontos e subiu para a 15ª colocação, receberá o Palmeiras, às 18h de sábado.
