Enviado especial, direto do Estádio Mario Alberto Kempes, em Córdoba, Argentina
Demorou, mas os anfitriões acordaram. Depois de 180 minutos, dois jogos, dez dias de competição, muitas críticas, pressão a até mesmo o temor de uma eliminação precoce na Copa América, a Argentina, grande favorita ao título, despertou na Copa América. Primeira vitória, 3 a 0, sobre a fraca Costa Rica, que não ofereceu perigo, ficou em terceiro no grupo e aguarda os resultados do grupo B e C para saber se seguirá na Copa América.
Se a Argentina despertou, é certo dizer que Messi despertou junto. O meia teve uma atuação magistral, digna de um melhor do mundo, com duas assistências, dando velocidade e volume de jogo ao meio campo. Outro destaque foi Aguero, autor de dois gols e artilheiro da Copa América. Com ele e Higuain, o ataque argentino voltou a funcionar.
A Argentina ficou em segundo lugar no grupo, e volta a jogar dia 16, em Santa Fé, contra o segundo do Grupo C, que pode ser Chile, Peru ou Uruguai, o que seria um clássico. A única dúvida sobre o desempenho argentino fica pro conta da fragilidade da Costa Rica, que pouco atacou e mostrou um dos piores desempenhos de um time em 90 minutos no torneio.
45 minutos de Argentina, mas gol só no último minuto
Com incentivo da torcida e pressão sobre a Costa Rica a Argentina começou atacando, com Higuain que chutou para fora. As duas equipes começaram tímidas, mas a Argentina já demonstrava superioridade com um pouco mais de posse de bola. O nervosismo porém, fazia com que a Costa Rica conseguisse, mesmo com chutões desprentesiosos, chegar ao campo argentino. Messi foi o primeiro a tentar o gol em bonita triangulação, mas conseguiu um escanteio e a simpatia da torcida, que gritou seu nome.
Era a vez de Higuain aparecer. Primeiro um gol duvidoso anulado, depois sozinho, sofreu pênalti do zagueiro da Costa Rica, mas o juiz não marcou. Aos 15, belo passe de Messi, mas o atacante chutou para fora.
O jogo porém, dava a feição de tranquilo para os argentinos, com um adversário muito frágil. Higuain quase marcou aos 11, aos 12 foi Messi, com bela falta. Cada minuto e cada chance dava um tom mais dramático ao jogo que, aparentemente fácil, poderia se tornar difícil. Mas a pressão era muita para cima dos costarriquenhos e Messi parecia fazer uma boa partida.
Aos 20 Kun Aguero quase abriu o placar com um bonito chute de fora da área. Outra grande chance foi de Higuain, aos 22 que em bonito giro bateu forte nas pernas do goleiro Moreira. Aos 25 até uma bola na trave, tamanha a pressão argentina: Burdisso foi quem quase abriu o placar. Argentina muito melhor, mas o gol não saía.
A Costa Rica praticamente só se defendeu no primeiro tempo, assumindo bem o papel de time pequeno, que não veio para jogar. Messi aproveitava para fazer sua melhor partida no torneio, aos 33 lindo passe para Aguero que chutou forte, mas para fora. Higuain foi o próximo alvo do melhor do mundo: ótimo cruzamento, mas o atacante do Real Madrid não alcançou. Até contra a Costa Rica quase fez.
As duas penúltimas chances deram o tom do primeiro tempo: Aguero, e depois Higuain, cara a cara com o goleiro, todo o estádio de pé, e a sensação que o gol sairia no próximo segundo. Bola para fora e decepção. A Argentina, definitivamente, pecava nas finalizações.
Sofrido, o gol só veio no último lance do primeiro tempo. Aos 45, Gago chutou a bola desviou e bateu no pé do goleiro sobrando para Aguero que, sem dificuldades, balançou as redes e trouxe alívio para Córdoba, e toda a Argentina. 1 a 0, resultado injusto, já que a Argentina merecia muito mais.
A confirmação do despertar
A Argentina voltou com a mesma pegada no começo do segundo tempo, e aos 6, Messi deu bonito chute por cima do gol.
Se o gol demorou para sair na primeira etapa, o mesmo não se diz da segunda. Bonito passe de Messi para Aguero que fez o seu terceiro gol na competição, se tornando o artilheiro. Das arquibancadas, o reconhecimento pela grande partida de Messi, e “olé” para a equipe alviceleste, que despertou, com 180 minutos de atraso, na Copa América.
Era a vez de Higuain aparecer. Primeiro um gol duvidoso anulado, depois sozinho, sofreu pênalti do zagueiro da Costa Rica, mas o juiz não marcou. Aos 15, belo passe de Messi, mas o atacante chutou para fora.
O terceiro não demorou para sair. Mais um belo passe de Messi, magistral, e Di Maria mandou para o fundo das redes. Alívio e felicidade em Cordoba. E as pazes argentinas com Messi: a torcida, sem parar, girtava pelo meia do Barcelona.
Com 3 a 0, o jogo ficou mais tranquilo, caminhando para o final com a Argentina em festa. A torcida pediu e Batista atendeu: colocou o atual xodó da torcida, Javier Pastore no lugar de Higuain. Biglia entrou no lugar de Di Maria. Aplausos para tudo no estádio Mario Alberto Kempes, campeão em 78, e homenageado antes da partida.
Só para dizer que veio, a Costa Rica teve a primeira chance faltando dois minutos, mas uma bela defesa de Romero evitou o gol que ajudaria o centro americanos a se classificarem como um dos melhores terceiros. A trinta segundos do fim, Campbell bateu bonita falta, perto, mas para fora.
Fim de jogo, e última alteração na argentina o alívio e a felicidade subsitiuíram a pressão e o medo.
