Seleção do Irã pede a eliminação do EUA na Copa do Mundo; entenda

Em apoio aos direitos humanos das mulheres iranianas, a seleção americana fez postagem da bandeira do Irã sem o emblema da República Islâmica
2022-11-28 21:27:08

A Tasnim News Agency, agência de notícias filiada ao governo iraniano, comunicou que o advogado da seleção do Irã solicitará que a Fifa elimine os Estados Unidos da Copa do Mundo no Qatar. As equipes se enfrentarão amanhã (29/11) em partida que valerá vaga nas oitavas de final da competição.

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A razão pela qual a Federação de Futebol do Irã entrará com pedido ocorre por uma postagem feita pela seleção norte-americana em que a bandeira do adversário não tinha o emblema da República Islâmica. A ação dos EUA foi em apoio aos direitos da mulheres iranianas.

“Respeitar a bandeira nacional é uma prática aceita internacionalmente e que todas as nações devem estimular. A ação conduzida em relação à bandeira iraniana é antiética e contra a lei internacional”, revelou Safia Allah Faghanpour, advogado da entidade em entrevista ao Tasnim News Agency.

O diário inglês ‘Daily Mirror’ confirmou que a seleção americana fez a postagem em “apoio às mulheres no Irã lutando por direitos humanos básicos”. Porém, seria uma postagem única, com a utilização do emblema no decorrer da competição.

Advogado de direito esportivo ouvido pelo UOL, Carlos Henrique Ramos disse que, apesar da previsão em regulamento, a Fifa está na em maus lençóis, já que optou por realizar a competição em um país que não observa os direitos humanos, o que dificulta que as partes envolvidas entrem em acordo.

“De fato, a entidade (Fifa) poderia enquadrar os EUA em infração ao seu Código de Ética (e às próprias leis internacionais), o que poderia justificar eventual punição”, salientou.

“Mas como a FIFA parece fragilizada e na ‘corda bamba’ para promover o evento sem ‘maiores arranhões’ e os EUA já afirmaram que a postagem foi pontual para protestar em prol das mulheres iranianas e que, dali em diante, o símbolo, seria utilizado da maneira correta”. acrescentou.

Rivalidade além do futebol

Até 1953 os Estados Unidos e Irã tinham boa relação, quando os americanos planejaram um golpe para depor o primeiro-ministro à época, Mohammed Mossadegh, que havia sido eleito democraticamente.

Em 1979, ocorreu a revolução islâmica no Irã. Um dos momentos de maior tensão foi quando a embaixada americana em Teerã foi invadida, deixando diplomatas e cidadãos reféns por 444 dias. Nos anos seguintes, houve sanções ao país iraniano. No ano de 1984, Ronald Reagan, presidente à época, declarou o regime islâmico como “Patrocinador do Terrorismo”.

Recentemente, em janeiro de 2020, o então presidente Donald Trump ordenou que as tropas americanas bombardeassem o aeroporto de Bagdá, no Iraque. O ataque vitimou o general Qasem Soleimani, considerado o militar mais relevante no Irã e que gozava de apoio popular e do Líder Supremo, Ali Khamenei.

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