CAS decide a favor e Manchester City deve participar da Champions

Clube estava ameaçado de perder mais de 1 bilhão de reais caso fosse impedido de atuar na UCL. Decisão da Uefa estava ligada a lavagem de dinheiro entre a família real do Emirados e o clube
2020-07-13 21:00:28

A Corte Arbitral do Esporte (CAS) reverteu a decisão da Uefa de banir o Manchester City nas próximas duas temporadas da Liga dos Campeões.

A multa imposta no valor de 30 milhões de euros (R$ 181 milhões), caiu para 10 milhões (R$ 60 milhões).

O caso veio à tona após três advogados da Cas descobrirem que o City não cooperou com as investigações do Controle Financeiro de Clubes da Uefa (CFCB).

O órgão supervisiona a conformidade do Fair-play Financeiro, e impôs uma multa de 10 milhões de euros (60mi reais) por isso.

A entidade disse que o City demonstrou “desrespeito”, pois as equipes devem auxiliar com as investigações e qualificou como uma “obstrução”.

No entanto, o Cas afirmou que “a maioria das supostas violações não foi estabelecida ou com prazo estipulado”.

O clube ganhou quatro título da Premier League nos últimos 10 anos, sofreria graves consequências caso a corte não decidisse a seu favor.

Sem a Champions por dois anos, somaria um rombo de €200 milhões (cerca de 1.2 bilhões de reais na cotação atual). Isso, se continuassem com os mesmos investidores.

A descoberta ocorreu após a revista alemã Der Spiegel publicar uma matéria em novembro de 2018.

Na reportagem, aparecia documentos e e-mails vazados relatando que proprietário do City, o Sheikh Mansour bin Zayed al-Nahyan, estava financiando principalmente o enorme patrocínio anual na cotação de £67,5 milhões (R$ 451 mi).

O financiamento incluía luvas na camisa, naming rights no estádio e na City Academy, através da companhia aérea, Etihad.

Um dos e-mails vazados sugeria que apenas 8 milhões de libras desse patrocínio em 2015-16 eram financiados diretamente pela Etihad. O restante vinha das empresas de Mansou para o City Group.

O julgamento do Cas afirma que esse suposto “disfarce de financiamento de capital como contribuições de chancela” não foi estabelecido pelas evidências apresentadas.

O jornal The Guardian explica em sua matéria, que os citizens se recusaram a comentar ou se envolver com as investigações iniciais da Uefa e do CFCB.

A justificativa era baseada na alegação de que os e-mails foram vazados ou roubados.

A Der Spiegel, anonimizou sua fonte apelidando-a de “John” e o citou negando o hackeamento de computadores para obter os e-mails.

Mais tarde, viria a público que a fonte era um português chamado Rui Pinto, acusado de 147 crimes, incluindo invasão de privacidade e outros crimes cibernéticos.

As acusações, no entanto, referem-se a clubes portugueses e outras organizações, não sobre a “exposição” de e-mails do City ou da Uefa.