FIFA reabrirá investigações sobre escândalo de corrupção envolvendo João Havelange e Ricardo Teixeira

A FIFA anunciou nesta terça-feira que irá reabrir as investigações a respeito do escândalo de corrupção envolvendo os nomes dos brasileiros João Havelange e Ricardo Teixeira e o grupo suíço ISMM/ISL. O próprio presidente da entidade, Joseph Blatter, confirmou a informação, e adiantou que o norte-americano Michael Garcia chefiará o o comitê responsável pela reexaminação […]
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sambafoot_admin
2012-07-17 14:07:00

A FIFA anunciou nesta terça-feira que irá reabrir as investigações a respeito do escândalo de corrupção envolvendo os nomes dos brasileiros João Havelange e Ricardo Teixeira e o grupo suíço ISMM/ISL. O próprio presidente da entidade, Joseph Blatter, confirmou a informação, e adiantou que o norte-americano Michael Garcia chefiará o o comitê responsável pela reexaminação do caso. O juiz que comandará o tribunal e poderá definir punições será o alemão Hans-Jachim Eckert.

– Ele (Garcia) terá não só o direito como também o dever de fazer esse caso ser analisado nos aspectos éticos e morais, e então se reportar ao comitê executivo – afirmou Blatter.

Entenda o caso

Na última semana, a promotoria do cantão de Zug, na Suíça divulgou um documento que aponta que Havelange, ex-presidente da FIFA, e Teixeira, ex-mandatário da CBF e ex-membro do comitê executivo da FIFA, aceitavam propinas milionárias em negociações de direitos comerciais de Copas do Mundo. Segundo as informações divulgadas pelo próprio site oficial da entidade, os valores pagos aos dois “cartolas” somariam R$45 milhões, em negociações entre agosto de 1992 e maio de 2000.

O grupo que efetuava os pagamentos era o ISMM/ISL (International Sports Media and Marketing, International Sports and Leisure), que, em 2001, sofreu a segunda pior falência da história da economia suíça. A empresa utilizava um refúgio fiscal no principado de Liechtenstein e outro nas Ilhas Virgens Britânicas para fazer os desvios, que eram chamados de “comissões”, “remuneração” “taxas de agenciamento” ou “pagamentos adicionais de aquisição” em papéis oficiais.

O promotor Thomas Hildbrand, responsável pela investigação do caso, já identificou Jean-Marie Weber como o “homem da mala”, o organizador dos pagamentos de propina. A punição ao suíço, no entanto, ficou apenas em uma pequena multa, devido à incerteza dos juízes sobre a legalidade dos pagamentos.

Até mesmo Joseph Blatter, atual presidente da FIFA, poderia ver seu nome envolvido nas investigações, visto que era secretário-geral da entidade na época em que João Havelange era o mandatário. O suíço já declarou que as “comissões” eram legais à época dos fatos.