Não foi uma noite qualquer em São Januário. Em meio às disputas da Copa Libertadores e do Campeonato Carioca, o Vasco voltou suas atenções para uma partida amistosa conta um adversário histórico. A finalidade? Prestar homenagens ao ex-atacante Edmundo, um dos maiores ídolos da história centenária do clube. O Animal, como ficou conhecido ao longo de sua carreira, já estava longe dos gramados havia três anos, mas retornou a um São Januário repleto na noite desta quarta-feira para vestir a camisa do clube de coração uma última vez.
Do outro lado estava o Barcelona de Guayaquil, equipe que enfrentou o Vasco na final da Copa Libertadores de 1998, vencida pelo Cruzmaltino. Com um compromisso no mesmo dia pelo seu campeonato local, os equatorianos mandaram a campo uma escalação composta por reservas e garotos recém-saídos das categorias de base, com a difícil missão de encarar o time principal dos donos da casa.
O resultado, como se pode imaginar, foi uma vitória maiúscula do Gigante da Colina. Jogando absolutamente em função de Edmundo, o Vasco partiu para cima durante todos os 90 minutos e não encontrou dificuldade alguma para marcar. No fim das contas, o placar foi um sonoro 9×1, tendo o gol do Barcelona sido anotado por Nicolás Asencio. O atacante, a grande estrela do lado equatoriano na final de 98, participou da partida desta quarta a convite da diretoria do clube de Guayaquil, e portou a faixa de capitão dos visitantes.
O jogo: chuva de gols e falha rara
Não foi necessário muito tempo para que ficasse claro quem era o dono da festa. Logo aos 12 minutos de jogo, Thiago Feltri avançou pela esquerda e foi derrubado muito próximo da grande área. O árbitro Marcelo de Lima Henrique, no entanto, apontou pênalti para o Vasco. E a torcida já sabia quem iria cobrar. Sob gritos de “Ah, é Edmundo!”, o camisa 10 bateu com violência no canto direito e abriu o placar em São Januário.
Dez minutos depois, o show começou a ficar ainda melhor. Edmundo recebeu lançamento na área, cortou o zagueiro e deixou com Fagner. O lateral girou e rolou para Alecsandro, que deixou mais um defensor no chão e finalizou no canto. 2×0 Vasco e mais festa.
Aos 34, o Animal mostrou que a idade pode deteriorar a parte física, mas a técnica permanece intacta. Ele deu grande lançamento para Fagner, que se esforçou e não deixou a bola sair. Na sequência do lance, o camisa 23 cruzou na área buscando a presença do próprio Edmundo, que arrematou de primeira no canto. Um belo gol em São Januário para já selar o caixão equatoriano.
Mas a noite ainda seria longa. Aos 39, um lance raro na Colina. Dedé tentou cortar um cruzamento simples e se atrapalhou, deixando a bola limpa para Nicolás Asencio. O veterano não perdoou a falha e chegou batendo firme para diminuir a desvantagem do Barcelona.
Mas não houve nem tempo para comemorações: sempre participativo e buscando o jogo, Fagner fez mais uma boa jogada pela direita e tocou para Juninho Pernambucano. O camisa 8 finalizou com muita categoria no contrapé do goleiro Morales. Não perca a conta: Vasco 4×1.
Excesso de substituições, excesso de gols
No segundo tempo, mudaram as caras, mas não o cenário da partida. Tendo em vista os próximos compromissos pelo Carioca e pela Libertadores, o técnico Cristóvão Borges promoveu cinco alterações de uma vez e mudou a cara do Vasco. Mas a facilidade para penetrar na defesa do Barcelona continou a mesma.
Logo no primeiro minuto, o Cruzmaltino ampliou o massacre sobre os equatorianos. Felipe deu belo drible no marcador e deixou com Thiago Feltri. O lateral esquerdo cruzou e Éder Luís deu um leve toque de calcanhar na bola, que ainda desviou na zaga e entrou no canto direito da meta. Era o quinto.
Após o lance, a partida começou a se encaminhar para o que parecia ser um período de mais estabilidade. Claramente no intuito de se poupar, o Vasco tocava a bola e dominava a partida, mas não era tão agressivo quanto fora durante a primeira etapa. Os equatorianos se defendiam como podiam e pareciam dispostos apenas a sofrer uma goleada menos contundente.
Mas, 20 minutos depois, o período de chuva de gols foi reinstaurado em São Januário. Fellipe Batos, que acabara de entrar no lugar de Éder Luís, cobrou falta de muito longe e contou com a generosa colaboração do goleiro Veras para fazer o sexto gol cruzmaltino.
Aos 25, Fellipe Bastos apareceu novamente no ataque, desta vez tabelando com Allan. O camisa 35 recebeu belo passe na área e finalizou para marcar mais um.
Aos 30, foi a vez de Diego Souza deixar o dele. Atuando com a camisa 72 em referência ao ano de nascimento de Edmundo, o jogador recebeu cruzamento da direita, matou no peito e finalizou forte, no canto de Veras. Era nada menos do que o oitavo gol do Vasco.
E ainda haveria tempo para mais um: aos 46, Allan recebeu passe de Felipe em jogada ensaiada em cobrança de falta. O volante invadiu a área e bateu para fechar o placar em um sonoro 9×1.
Era o fim do amistoso, e o fim das aparições de Edmundo frente à torcida cruzmaltina. Com isso, o Vasco já se volta para os campeonatos que está de fato disputando neste primeiro semestre de 2012. O próximo compromisso da equipe será pelo Campeonato Carioca, contra o Macaé, às 16h de sábado, no Moacyrzão.
FICHA TÉCNICA
CR VASCO 9 X 1 BARCELONA SC
Local: Estádio São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Data-Horário: 28/03/2012 – 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Auxiliares: Wagner de Almeida Santos (RJ) e Jackson Lourenço (RJ)
Renda/Público: R$ 528.330,00 / 16.021 pagantes / 21.247 presentes
Cartões amarelos: Nenhum
Cartões vermelhos: Nenhum
Gols: Edmundo 12″/1ºT (1-0), Alecsandro 22’/1ºT (2-0), Edmundo 34’/1ºT (3-0); Asencio 39’/1ºT (3-1), Juninho 40’/1ºT (4-1), Eder Luis 1’/2ºT (5-1), Fellipe Bastos 21’/2ºT (6-1), Eder Luis 25’/2ºT (7-1), Diego Souza 31’/2ºT (8-1) e Allan 45’/2ºT (9-1)
VASCO: Fernando Prass (Alessandro – 19’/2ºT); Fagner (Allan – intervalo), Dedé (Fabrício – intervalo), Renato Silva e Thiago Feltri (Dieyson – 13’/2ºT); Juninho (Matías Abelairas – intervalo), Rômulo (Nilton – intervalo) e Felipe; e Eder Luis (Fellipe Bastos – 19’/2ºT), Edmundo e Alecsandro (Diego Souza – intervalo). Técnico: Cristovão Borges
BARCELONA: Morales (Vera Gines – 3’/2ºT); Cedeño, Anderson, Espinoza (Zamora – 26’/2ºT) e Mercado (Washinton Vera – 34’/2ºT); Assencio, De la Torre, Torres e Mina (García – 26’/1ºT); Bueno (Montaño – 43’/2ºT) e Rosero. Técnico: Carlos Gruezo.
