Em épocas de vacas magras na Europa, poucas contratações de importância foram feitas. No Brasil, aquela debandada de jogadores que se destacam por aqui não se repetiu. Diante desse mercado fraco, uma transferência se destacou: a ida do lateral direito Mariano, do Fluminense, para o Bordeaux da França.
Mariano sempre jogou em bom nível no Flu, seja no ano da briga contra o rebaixamento, em 2009, do título brasileiro, em 2010 ou ano passado, quando suas atuações ajudaram o Flu a ir para a Libertadores e despertaram o interesse dos franceses.
O pernambucano de 25 anos revelado no Guarani tem, em 2012, o maior desafio da carreira. Jogar bem na Europa e voltar a chamar a atenção de Mano Menezes, que o convocou para a Seleção em 2012. Mariano falou com exclusividade ao Sambafoot, em entrevista que você lê abaixo.
No momento em que muitos jogadores estão decidindo ficar no Brasil, quais são suas razões para mudar para a França?
Jogar na Europa tem sido um sonho meu de muito tempo. Bordeaux é um clube muito bom e é uma chance de jogar em uma liga européia e assim dar os próximos passos na minha carreira.
A posição de lateral é bem diferente na Europa, você vai se adaptar a isso? Ou você prefere uma mudança para o meio campo?
Tenho que fazer o meu melhor para me adaptar a mentalidade defensiva européia da posição. Eu preferiria jogar como um lateral no estilo europeu e vou fazer o meu melhor para me adaptar, mas não vou esquecer minhas habilidades no ataque. Vou tentar todos os dias me adaptar e sei que isso é muito importante de se fazer, mas não vou esquecer de atacar.
Você foi chamado para a Seleção no passado, mas você pense que a mudança para a França vai te ajudar a ganhar a atenção de Mano?
Se eu puder jogar no mesmo nível na França que eu estava tendo no Brasil, assim como aprender mais sobre a parte defensiva do lateral, eu posso mostrar ao Mano que eu posso fazer parte da Seleção. Depois de um ano na Europa, quem sabe, eu já posso ter tido a chance de mostrar minhas novas habilidades e ter conhecido um estilo diferente. Além disso, eu tenho a oportunidade de conhecer os brasileiro que jogam na Europa e ficar mais familiarizados com eles.
Você planeja ficar por bastante tempo no Bordeax ou espera uma mudança para um dos grandes clubes da Europa?
Quero ficar na Europa por um bom tempo. Primeiro, eu preciso jogar bem pelo Bordeaux e tentar ganhar títulos aqui. Se acontecer, talvez outros clubes vão tentar me transferir e só aí eu decidirei o meu futuro.
Você teve três grandes temporadas no Fluminense. Sente alguma tristeza por ter deixado o clube?
Eu joguei lá por três anos e ganhei um Brasileirão. Ainda tenho muitos amigos no clube, uma boa relação com os torcedores e com o próprio clube. Três anos atrás o Fluminense estava brigando para não cair na última rodada da temporada e ficamos juntos para ganhar o Brasileirão no ano seguinte. Tenho uma grande história e uma boa relação boa com a torcida e foi por lá que eu tive a chance de ir para a Seleção. O Fluminense é uma grande parte de quem sou eu hoje.
Antes de decidir aceitar a oferta do Bordeaux você falou com algum brasileiro lá?
Eu não falei com ninguém até que tudo estivesse certo entre o Fluminense e o Bordeaux. Depois do acordo, liguei para o Henrique, que joga na defesa. Ele me disse que seria uma boa oportunidade para mim, que eles são um bom time que tem uma boa estrutura e que as pessoas que comandam o clube são boas. Eu fiquei muito feliz com a minha decisão no fim das contas.
E como você tem viso a vida na França nessas primeiras semanas?
Estou gostando muito. Só conheço o centro da cidade até agora e é um lugar muito bonito. Eu estava com muito medo do tempo quando vim, mas não tem feito muito frio. Todo mundo diz que o inverno europeu é gelado e com vendo, mas está bem bom. Estou muito feliz.
Depois de um tempo na Europa, se você voltar para o Brasil, você considerará voltar para outro clube que não o Fluminense?
Eu deixei o Fluminense com todas as portas abertas para mim, com uma boa relação com o clube. Se eu voltar para o Brasil no futuro, tenho certeza que terá uma oferta do clube para o meu retorno. Se não tiver, claro, vou ouvir outra proposta que me agrade.
O que seria um 2012 de sonhos para você em seu primeiro ano de Europa?
Quero jogar no melhor nível que eu possa, assim como fiz no Fluminense e, claro, quero ganhar título com o Bordeaux.
O que você pode contra para os leitores do Sambafoot que que você ainda não contou a ninguém?
(Risos) Uma difícil pergunta. Acho que a única coisa é o fato que tenho 11 irmãos!
