* Com Thales Machado
Três pontos separam o primeiro do quinto colocado, na próxima rodada, quatro times podem assumir a ponta e nada menos que cinco disputam o título de campeão. Argumentos suficientemente bons para chamar o Brasileirão de 2011 do mais emocionante da era dos pontos corridos. Corinthians, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco travarão uma batalha no próximo mês e só em Dezembro saberemos quem sai com a faixa no peito. O Sambafoot adianta e traz um especial durante a semana, detalhando tudo sobre os cinco candidatos ao título.
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Quem viu o catastrófico início de temporada do Vasco da Gama – o pior de toda a história – não poderia imaginar que, no mesmo ano, viriam tantas alegrias. As 4 derrotas nos 4 primeiros jogos do ano, ainda no Campeonato Carioca, derrubaram o treinador PC Gusmão. Ricardo Gomes assumiu o time e logo vieram os resultados. A equipe chegou à final da Taça Rio (perdeu), foi campeã da Copa do Brasil, está em 2º lugar no Brasileiro (mesmo número de pontos do líder Corinthians) e é a única representante brasileira na Copa Sul-Americana (passou à semi-final). Mesmo com o AVE sofrido por seu comandante, na metade do Brasileirão, o Cruzmaltino não se abateu. Pelo contrário. Uniu-se ainda mais para homenagear o querido técnico com o título nacional. Faltando 5 rodadas para concluir – ou não – o seu objetivo, o SAMBAFOOT mostra todos os detalhes da campanha do Gigante da Colina.
A viagem até aqui: irregular, mas sempre bem posicionado na tabela
A campanha vascaína, assim como a de todos os outros concorrentes ao título, é irregular. A equipe é a segunda que menos foi derrotada (7 vezes), atrás, apenas, do rival Flamengo (6). No entanto, em 5 ocasiões que perdeu, foi por goleada. 1º colocado na 2ª rodada, com saldo de gols superior ao do vice-líder, o Vasco teve uma pequena e natural queda de produção logo após o título da Copa do Brasil, mas voltou rapidamente a figurar entre os clubes da parte de cima da tabela. Desde a 10ª rodada, o Gigante da Colina não está fora dos cinco mais bem posicionados do Brasileiro.
Em terra: 1 ponto atrás do 2º e 3º melhores mandantes (Corinthians e Coritiba), o Vasco ocupa uma modesta 6ª posição (com mesma pontuação de Fluminense e Santos, que estão em 4º e 5º, respectivamente), considerando os jogos disputados em casa. São 33 pontos conquistados em 16 jogos. 9 vitórias, 6 empates e 1 derrota. É o time que menos perdeu em seus domínios.
Navegando: O Cruzmaltino é um indesejável visitante. São 25 pontos conquistados em 17 jogos. Mesma pontuação do rival Flamengo, que vem logo abaixo. 1 ponto a menos que o líder (São Paulo) e vice-líder (Figueirense) neste quesito. As 7 vitórias, 4 empates e 6 derrotas tornam o Vasco o clube com a 3ª melhor campanha fora de casa.
Nos últimos tempos: Nas últimas 10 rodadas, alguns tropeços. O Gigante da Colina fez 16 pontos, através de 4 vitórias, 4 empates e 2 derrotas. Um aproveitamento de 53,33% dos pontos disputados. No entanto, alternou-se com o Corinthians na liderança. A pior posição dos vascaínos nesses últimos 10 jogos foi o 2º lugar.
O caminho até a glória: O Vasco da Gama tem pela frente, teoricamente, uma das tabelas mais complicadas entre os postulantes ao título. São 3 clássicos e, por isso, logicamente, 3 adversários diretos nessa briga, pois todos os cariocas tem chances de conquistar o Brasileiro. Além dos times do Rio, o Cruzmaltino ainda tem pela frente o Avaí e o Palmeiras, que lutam para não cair.
Botafogo (Engenhão)
Palmeiras (Pacaembu)
Avaí (São Januário)
Fluminense (a definir)
Flamengo (a definir)
Os cálculos: Para o Vasco, a matemática só interessa para calcular a probabilidade de ser campeão, pois a vaga na Libertadores de 2012, com a conquista da Copa do Brasil, já está assegurada. Segundo os matemáticos, o Cruzmaltino, nesse momento, tem 29,8% de chances e é o 2º mais cotado para levar o título.
O comandante: O Vasco da Gama é o único time do Campeonato Brasileiro que deve prestigiar dois técnicos, caso venha o sucesso. Ricardo Gomes, que assumiu a equipe após um turbulento início de temporada, teve um AVE (Acidente Vascular Encefálico) hemorrágico, exatamente, na última partida do 1º turno, contra o Flamengo. Desde então, quem comanda o time é seu auxiliar, Cristóvão Borges, o qual dá sequência à filosofia implantada pelo antigo treinador. Ricardo se recupera bem e fez, inclusive, uma visita aos jogadores horas antes da partida dessa quarta-feira, contra o Universitario-PER, pela Sul-Americana. A expectativa é que ele retorne ao trabalho no início do ano que vem.
O trunfo: Antes de sofrer o acidente, Ricardo Gomes costumava dizer que o diferencial do Vasco era o jogo coletivo. Só quando o time ia bem, as qualidades individuais se destacavam. E ele estava certo. É exatamente isso o que acontece no Gigante da Colina. No entanto, a equipe conta com alguns grandes jogadores e destacar Dedé é inevitável. O “Mito” é o coração da defesa vascaína. Sua grande rendeu-lhe presenças nas últimas convocações para a Seleção e atraiu o interesse de grandes clubes europeus.
Pode afundar: A lateral-esquerda é, de longe, o maior problema do Vasco da Gama. Marcio Careca está distante de agradar os torcedores e Julinho, outro natural da posição, ainda não convenceu a torcida e o técnico Cristóvão. Os problemas levaram o treinador a improvisar o volante Jumar no setor e até testar o rendimento do meia Felipe no flanco onde iniciou a carreira, mas não atua há tempos. Por ali, mesmo que por pouquíssimo tempo, também já passaram Renato Silva (zagueiro) e Diego Rosa (volante).
Tripulantes: O Vasco alterna muito os seus jogadores. Juninho e Felipe já têm idade avançada. Eduardo Costa – titular durante boa parte da campanha – está lesionado e não entra mais em campo pelo Brasileirão. Fica difícil definir qual é a equipe, de fato, principal. De qualquer forma, o time que pode fazer a dobradinha (Copa do Brasil / Brasileiro) ou até, quem sabe, chegar à tríplice coroa (Copa do Brasil / Brasileiro / Sul-Americana) pode ser formado por: Fernando Prass; Fagner, Dedé, Renato Silva e Jumar (Felipe); Rômulo, Juninho Pernambucano (Allan ou Fellipe Bastos), Felipe (Jumar) e Diego Souza; Eder Luis e Elton. No papel, é um 4-4-2, mas, na prática, torna-se um 4-5-1 para defender e um 4-3-3 para atacar, pois Eder Luis e Diego Souza abrem pelos flancos. Elton fica sempre de referência no ataque.
Conquistas passadas: O Vasco da Gama é tetracampeão brasileiro. Está na busca pelo penta. A última conquista aconteceu em 2000, contra o azarão São Caetano, quando o campeonato ainda não era disputado pelo sistema de pontos corridos. Antes, o Cruzmaltino havia conquistado a competição em 1997. Juninho, presente nas duas ocasiões, e Felipe, só em 97, são os únicos remanescentes de campanhas vitoriosas do Cruzmaltino em Brasileirões. Veja abaixo os anos em que o Gigante da Colina foi campeão e seus respectivos elencos.
Outro bi campeão no elenco é o atacante Leandro, em 2006 e 2007 pelo São Paulo. Márcio Careca campeão com o Santos, em 2004, Nilton, campeão com o Corinthians em 2005 e Eder Luís, em 2008 com o São Paulo, são os outros jogadores que conquistaram o Brasileirão no elenco vascaíno.
Abre aspas: Cristóvão Borges, técnico vascaíno.
“Na verdade, o fato de nos mantermos na mesma posição, ali na ponta, com o Corinthians com a diferença de vitória, isso logicamente que é muito importante, porque a gente não perdeu posição. Continuamos na briga. Com certeza, dependemos só de nós.”
