Chico, como e quando você resolveu virar jogador? Como foi a passagem pelas categorias de base e o inicio da carreira profissional?
Comecei como toda criança. Primeiro treinei na escolinha de Pato Branco, fui reprovado em alguns testes e passei no Grêmio, mas não tinha vaga de alojamento para mim. Em seguida, fiz um teste no Atlético-PR, passei e fui mandado embora. Depois fiz outro teste no PSTC (Centro de Treinamento de Futebol do Paraná) e voltei para o Atlético-PR.
Como foi sua adaptação no Atlético-PR?
Em 2002, foi complicado. Tinha saído de casa, sentia falta dos meus pais e acabei dispensado do clube. Na minha segunda passagem fui com mais cinco amigos do PSTC. Um ajudava o outro e isso ajudou bastante.
Qual foi o momento mais marcante com a camisa do Atlético-PR?
Em 2009, quando conquistamos o Campeonato Paranaense. Em 2008, tivemos uma temporada muito complicada e no ano seguinte conquistamos o título. A festa da torcida foi muito bacana.
Após cinco temporadas no Furacão você se transferiu para o Palmeiras. Como foi sua chegada a um dos quatro clubes grandes de São Paulo?
Aqui a imprensa e a torcida são totalmente diferentes. A cobrança é maior, mas a visibilidade do Palmeiras no futebol mundial é completamente diferente da que tem o Atlético-PR. A adaptação foi um pouco complicada, pois minha esposa também veio morar comigo. Do elenco, só conhecia o Danilo (atualmente na Udinese-ITA). Hoje, já estou mais entrosado e acostumado com tudo.
Já faz um tempo que o Palmeiras não conquista um título expressivo. Você acha que a pressão da torcida atrapalha o time?
Atrapalha um pouco, mas não é uma coisa que influência diretamente no time. Quem está jogando em um time grande como o Palmeiras tem que saber lidar com essa pressão. Faz tempo que o Palmeiras não conquista um título. Prejudica também, porque São Paulo, Corinthians e Santos tiveram conquistas recentes. O Santos foi campeão da Libertadores e vai jogar o Mundial. Isso tudo fica na cabeça do torcedor, que passa a cobrar o time.
Como é jogar ao lado de um ídolo como o goleiro Marcos?
É um sonho que estou realizando. Ele não é fantástico só no futebol, mas também como pessoa. Ele trata todo mundo do clube da mesma forma. É um prazer conviver com ele todo dia.
E o relacionamento do grupo com o Felipão?
O grupo está fechado com ele. Foi ele que montou time. Estamos passando por algumas dificuldades, mas vamos conseguir dar a volta por cima.
Há alguns meses, você teria sido cogitado pelo Milan-ITA. Procede a informação? Você recebeu algum contato do clube?
Algum contato teve. O Milan estava trocando de volante e vieram acompanhar alguns jogos meus. Mas não recebi nada de concreto.
Seu contrato com o Palmeiras vai até o final do ano que vem. Você tem o desejo de permanecer no clube ou ir para o futebol europeu?
Um ano é muita coisa no futebol. No começo do ano não vinha recebendo muitas oportunidades, mas agora estou tendo uma sequência boa. Também sonho em jogar na Europa, mas estou feliz no Palmeiras. Se a diretoria quiser sentar para renovar o contrato com certeza eu vou escutar.
Na Europa existe algum país de preferência?
Eu gosto muito da Espanha, França, Itália. Acho que minha característica de jogo combina mais com o futebol italiano. O mais importante é pegar um time com tradição e estrutura.
Você sonha com uma convocação para a Seleção Brasileira?
Todo jogador sonha. Aqui no Palmeiras a visibilidade é muito maior. Sei que é muito difícil por causa dos jogadores que defendem o Brasil na minha posição, mas acredito e espero um dia contar com essa convocação.
O que o torcedor pode esperar do Chico e do Palmeiras para o restante da temporada?
Pode esperar bastante vontade. O time vem jogando o ano inteiro da mesma forma e não é agora que agente vai mudar. Peço para que a torcida tenha um pouco de paciência e acredite no nosso trabalho, pois com eles do nosso lado fica mais fácil.
