Oito décadas do Velho Lobo Zagallo

Não é todo dia que se completa 80 anos. Muito menos é todo dia que se completa 80 anos sendo tetracampeão mundial e tendo participado de sete Copas do Mundo. Uma das maiores figuras do futebol mundial, Mario Jorge Lobo Zagallo completa hoje oito décadas de vida muito bem vividas. E o Sambafoot relembra cada […]
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sambafoot_admin
2011-08-09 17:20:00

Não é todo dia que se completa 80 anos. Muito menos é todo dia que se completa 80 anos sendo tetracampeão mundial e tendo participado de sete Copas do Mundo. Uma das maiores figuras do futebol mundial, Mario Jorge Lobo Zagallo completa hoje oito décadas de vida muito bem vividas. E o Sambafoot relembra cada uma dessas décadas, recheadas de conquistas, vitórias e histórias.

 

Primeira década 1931 a 1941 – Carioca de coração, alagoano de nascimento

 

Zagallo, nasceu não no Rio, como todos imaginam, mas no Nordeste brasileiro, mais precisamente em Maceió, no estado do Alagoas, mas pouco ficou por lá. Com oito meses de idade, o Velho Lobo, aquela época um bebê se mudou para o Rio de Janeiro onde, nos primeiros anos de infância teve contato com o futebol carioca que começava a se profissionalizar naqueles anos. 

 

Segunda década 1941 a 1951 – O trauma do Maracanazzo

 

Foi nessa década que Zagallo entrou em contato com o futebol. Em 1943 entrou como sócio do América, e começou a jogar pelo clube cinco anos depois, em 1948. Jogando pelo América dois anos, Zagallo conquistou o seu primeiro de muitos títulos, o Brasileiro de Amadores de 1949, pela Seleção Carioca de Futebol.

 

Com 18 anos em 1950, o jovem jogador teve que servir o exército e foi de solado, protegendo e fazendo a segurança do Maracanã, que Zagallo viu o Brasil ser derrotado pelo Uruguai na final da Copa do Mundo, episódio conhecido como Maracanazzo. Mal sabia que, oito anos depois, estaria conquistando uma Copa para o Brasil.

 

Em 1950, Zagallo se transferiu para o Flamengo, onde viraria ídolo na sua terceira década de vida, onde também viraria ídolo da Seleção Brasileira. 

 

Terceira década – 1951 a 1961 – Campeão do mundo pela primeira vez

 

Joel, Moacir, Índio, Dida e… Zagallo. Essa era a linha de frente que fez do Flamengo o maior time carioca do início da década de 1950. E assim veio o grande tricampeonato Carioca do Flamengo conquistado com Zagallo na linha de frente em 1953, 1954 e 1955. Apesar de não voltar a ganhar o estadual, as boas atuações de Zagallo o cadastraram para uma vaga de titular na Seleção Brasileira do técnico Feola, na Copa do Mundo da Suécia, em 1958.

 

 

E foi com a Seleção Brasileira que Zagallo começou a ser grande na História. Participante central de uma mudança tática que fez escola no futebol mundial e junto com Pelé e Garrincha, o jogador levantou a Copa do Mundo pela primeira vez e virou um herói nacional.

 

 

Prestigiado, Zagallo voltou ao Brasil se transferindo para o Botafogo, onde também faria história. Jogando ao lado de Garrincha, Quarentinha, Didi, o ponta esquerda fez parte de um dos maiores times da História do futebol.

 

Quarta década – 1961 a 1971 – Campeão do Mundo como jogador e treinador

 

A década mais vitoriosa da vida do então jogador começou com um bi-campeonato sensacional pelo Botafogo. Com um time memorável, o Bota venceu em 1961 e 1962. 

 

 

Em 1962, o então alvinegro repetiu a dose: de novo campeão do Mundo, ao lado do companheiro Garrincha, e de novo herói nacional.

 

Mas uma contusão e a idade começaram a incomodar o já experiente jogador, que se aposentou, mas continuou no clube de General Severiano. Virou treinador da base, dos aspirantes, até chegar ao time principal. Com outro time memorável do Botafogo, com Gerson, Jairzinho e outros craques, Zagallo foi de novo bi-carioca, dessa vez como treinador em 1967, e 1968.

 

Conquistas que o credenciaram para técnico da Seleção em 1970, no lugar do também botafoguense João Saldanha. Na Copa do México, o tri mundial, de Zagallo e do Brasil e dessa vez, o Velho Lobo estava no banco, como treinador do maior time de futebol já visto em todos os tempos. 

 

 

Quinta década – 1971 – 1981 – O primeiro fracasso em Copas

 

Zagallo voltou a uma Copa do Mundo como treinador em 1974, na Alemanha. Dessa vez, porém, pela primeira vez não conseguiu trazer o caneco, sendo eliminado pela Laranja Mecânica, nas semifinais. 

 

Continuou sua carreira de treinador treinando o Fluminense, o Flamengo e o Botafogo, sendo campeão Carioca em 1971 pelo Flu e em 1972 pelo Fla. Em 1976 foi connvidado para dirigir a Seleção do Kuwait, onde ficou por dois anos. 

 

Sexta década – 1981-1991 – A última longe da Seleção

 

Uma década de poucas conquistas para o Velho Lobo. Treinou diversos times, entre eles o Vasco, único que não tinha treinado no Rio, o Bangu e foi treinador da Seleção da Arábia Saudita por três anos.

 

Sua maior glória foi ter conseguido classificar a Seleção dos Emirados Áreabes Unidos para a Copa de 1990, na Itália.

 

Sétima década – 1991-2001 – O Tetra. 

 

Sem treinar nenhum clube desde 1991, Zagallo foi convidado para assumir a posição de auxiliar técnico de Parreira para a Copa de 1994. O Brasil não vencia desde 1970, quando Zagallo foi treinador. E voltou a vencer, com o Velho Lobo sentado no banco de reservas. Virou o único homem tetra campeão do mundo. E logo depois, com a saída de Parreira, assumiu o comando técnico da Seleção, fazendo um belíssimo trabalho.

 

 

Foi vice da Copa América de 1995, mas venceu a mesma competição em 1997, quando fez famosa a frase para a crítica “vocês vão ter que me engolir”. Venceu a Copa das COnfederações no mesmo ano e, com Ronaldo em boa fase, era o favorito para o Penta, na França em 1998.

 

Uma bela campaha na Copa, com jogos memoráveis como a semifinal contra a Holanda no entanto marcaram menos que a derrota na final, para a França de Zidane. Das polêmicas que Zagallo coleciona a maior delas foi a escalação de Ronaldo, mesmo após ter sofrido uma convulsão. 

 

 

Oitava década 2001-2011 – Último Carioca, última Copa e homenagens

 

A última década de vida de Zagallo (até agora!), começou com seu último Carioca como treinador, conquistado no último minuto, com um golaço de falta de Petkovic para o Flamengo. 

 

Em 2006, voltou ao posto de auxiliar de Parreira, para tentar o hexa. Mais uma vez a França foi o algoz e impediu mais um mundial dessa figura que já tinha virado lenda no futebol. 

 

A partir de então, Zagallo vem colecionando homenagens. Figura carimbada quando se fala de Seleção, o ex-jpogador espera poder ver, pela primeira vez, o Brasil campeão mundial em seu país, em 2014, na sua nona década de vida.

 

O Sambafoot parabeniza e só pode dizer: muito obrigado Mario Jorge Lobo Zagallo!

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