Inimiga do gol, Seleção Brasileira está eliminada da Copa América

Em uma coletiva de imprensa nesta semana Mano Menezes disse algo meio óbvio. Disse que pensava que a criação era importante no futebol, mas ainda fazer um gol a mais que o adversário era o mais importante. Óbvio mas hoje, no jogo que eliminou o Brasil da Copa América, a afirmação de Mano fez sentido. […]
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sambafoot_admin
2011-07-17 23:44:00

Em uma coletiva de imprensa nesta semana Mano Menezes disse algo meio óbvio. Disse que pensava que a criação era importante no futebol, mas ainda fazer um gol a mais que o adversário era o mais importante. Óbvio mas hoje, no jogo que eliminou o Brasil da Copa América, a afirmação de Mano fez sentido. O Brasil jogou como nunca, criou como se pouco sabia que o time poderia fazer mas não fez gols.

 

O resultado foi um 0 a 0 no tempo normal com o domínio brasileiro, uma prorrogação dramática e o fim do sonho do Tri nos pênaltis.

 

A Seleção não mereceu a eliminação e, claramente, poderia ter vencido. Mas justiça e futebol não combinam e pela primeira vez na história, Brasil e Argentina caíram, numa mesma Copa América, antes das semifinais. O Paraguai, que só empatou até agora e que fez bons jogos na primeira fase, espera Chile ou Venezuela na semifinal. 

 

Destaque para o goleiro Justo Villar, que assim como Muslera, do Uruguai, fez ontem com a Argentina, salvou em vários momentos durante o jogo e pegou um pênalti, cobrado por Thiago Silva.

 

Mas o grande destaque é a incrível capacidade brasileira de não balançar as redes. Foram 120 minutos criando chances, sem lograr êxito. No fim, quatro pênaltis batidos, e quatro desperdiçados. Somado ao 0 a 0 com a Venezuela no mesmo estádio, era correto afirmar: o Brasil brigou com o gol em La Plata.

 

Bom primeiro tempo brasileiro, mas nada de gols

 

O jogo começou brigado, com toques de bolas rápido e marcação dura, mas nenhum time conseguindo chegar muito perto da meta do adversário. Ramires foi o primeir a tentar, com um chute de fora da área, animando a torcida brasileira, que cantava animada, era mais barulhenta, pela primeira vez nessa Copa América. 

 

Aos 6, a primiera boa chance. Boa recuperação de bola, bom passe de Robinho para Pato que chutou prensado, no rebote, Neymar, de primeira, quase fez o primeiro brasileiro. 

 

Apesar da marcação sob pressão bem feita do Paraguai o Brasil tinha  a posse de bola, e era um pouco melhor que o Paraguai. Não o melhor suficiente para em 20 minutos, ter aberto o placar.

 

No fim, com mais de 20 minutos poderia se dizer que o jogo não era bom. De bom só a torcida: argentinos, paraguaios e brasileiros faziam uma bonita festa. Aos 32 outra grande chance, falta batida com cruzamendo por Neymar e Lucio se jogou na bola: bela defesa do goleiro Villar. O Brasil criava as chances, mas não fazia o gol. 

 

A grande chance do primeiro tempo veio de um erro de passe do zagueiro Paulo Silva, que deu a bola nos pés de Neymar que tocou para Ganso. O meia deu bonito giro para Robinho que tocou de novo para Neymar, cara a cara com o goleiro, o atacante chutou para fora, desperdiçando grande chance. 

 

Cinco minutos para o fim e dessa vez foi André Santos que perdeu. Ramires o achou livre no canto direito da área paraguaia, mas o lateral não caprichou no chute. 

 

Fim de um primeiro tempo em que o Brasil jogou bem. Mas faltou o algo mais, que também pode ser chamado de gol. 

 

 

Segundo Tempo igual ao primeiro, chances, nenhum gol e incrível desempenho de Justo Villar

 

Começou com pressão o Segundo Tempo do jogo. O Brasil manteve a bola perigosamente perto da área paraguaia, mas pecou pelo preciosismo. Quando chutou Neymar venceu o goleiro, mas um zagueiro paraguaio tirou a bola que tinha endereço certo. 

 

Aos 10 outro chute de Neymar, passando para fora, no canto esquerdo de Villar. O Paraguai pela primeira vez ameaçou, não com um lance específico, mas parecia começar a gostar do jogo, e tinha a bola mais presente no campo do Brasil. 

 

Após cobrança de escanteio aos 21 minutos, foi Lúcio quem armou a jogada que caiu nos pés de Ganso. O meia chutou forte e Villar fez boa defesa, o Brasil dominava de novo.

 

Villar salvou o Paraguai mais uma vez sete minutos depois. O grito de gol quase saiu quando Neymar cobrou falta, e bola caiu no peito de Pato que chutou em cima do goleiro. 

 

Faltando 10 minutos Mano tentou repetir a estreatégia de Cordoba, no empate em 2 a 2 com o Paraguai. Botou Fred no lugar de Neymar, E foi Fred que iniciou a jogada que pos Pato na cara do gol mais uma vez e mais uma vez, brilhou o goleiro Villar. 

 

Fred teve mais uma oportunidade incrível. Cabeceou bem, passou pelo goleiro Villar, o que era um milagre aquela altura, mas parou no defensor paraguaio Barreto, em cima da linha. Incrível. 

 

Fim de um segundo tempo de completo domínio, mas a incerteza era maior. Era hora da prorrogação.

 

Prorrogação sem chances, sem gols, com briga e expulsões

 

Robinho, que fez grande atuação, talvez sua melhor em toda a História, foi o primeiro a empogar a torcida, com sua pedalada, mas de início, cessaram as chances de gol no tempo extra. 

 

Aos 10 minutos Mano tirou Ganso e botou Lucas, com a intenção de dar mais gás ao time. 

 

Uma jogada boba, aos 12 minutos, fez o tempo fechar e criou uma confusão entre todos os jogadores, brasileiros e paraguaios. Coisa feia para o espetáculo e cada time terminou com um a menos, o Brasil, sem Lucas Leiva e o Paraguai sem Alcaraz. 

 

 

Fim do confuso primeiro tempo da prorrogação. Quinze minutos para decidir.

 

No Segundo tempo, o nervosismo tomou conta e foi Lucas que tentou infernizar a defesa paraguaia, com sucesso, mas sem gols.

 

A última mudança de Mano foi para não tomar um gol no fim: Elano no lugar de Pato. Mesmo assim o Paraguai quase fez, com Valdez, assustando, pela primeira vez em 120 minutos, o gol de Júlio César. E em uma falta dramática na entrada da área, quase fez, mas o juiz marcou falta. Dramático confronto.

 

Jogo nervoso até o fim, e finalmente, o fim. Penalidades máximas em um jogo onde não faltaram chances, mas faltou o gol. 

 

Sensação clara que a derrota seria injusta, mas que a derrota, no melhor jogo do Brasil na Copa América, poderia acontecer.

 

Inimigos do gol

 

Elano abriu as cobranças para o Brasil chutando mal, muito para fora. Barreto foi melhor que Elano, mas errado, para fora. A bola não entrava nem nas penalidades.

 

E foi Thiago Silva o próximo a provar a boa fase de Villar. Bateu mal, e o goleiro fez a defesa. E foi Estigarribia que abriu o placar para o Paraguai, balançando as redes pela primeira vez em La Plata.

 

Incrível, mas André Santos errou mais um. O Brasil brigou com o gol em La Plata. Riveros fez 2 a 0 e deu a cara da emilinação ao Brasil de Mano Menezes.

 

Eliminação selada com Fred, que bateu para fora. 

 

O Brasil, incrivelmente sem acertar o gol em 180 minutos e mais penalidades, estava eliminado da Copa América de 2011. 

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Jul 18, 2011